Irrita, no entanto, a baratíssima demagogia de quem se põe a fazer contas a números de refeições que podiam pagar-se a meninos do terceiro mundo ou quantidade de hospitais que poderiam construir-se, ou todas essas derivas fáceis, tão fáceis como o pé que foge para o chinelo quando chega o calor.
Às vezes faz-se a mesma confusão entre submarinos e escolas, comboios e hospitais, idas à lua e fome em África.
Na última lista das 100 celebridades mais poderosas do mundo, segundo a revista Forbes, estão mais de dez desportistas. NBA, golfe, ténis, automobilismo, futebol americano... Entre os 100, dois futebolistas apenas: Ronaldinho Gaúcho e David Beckham.
Não me lembro, contudo, de ter alguma vez lido, a propósito dos ordenados do basquetebol americano ou do golfe – ou mesmo dos actores e actrizes de Hollywood – que são uma imoralidade; tão altos que serviriam para erradicar a sida do planeta e dar uma perna na luta contra o cancro.
A explicação é simples: o futebol é o fenómeno desportivo mais acompanhado do mundo. O desporto universal por excelência. O único que acede a esse patamar. E isso tem custos para as suas estrelas, mesmo que grande parte delas continue a ter, em média, ordenados de mordomo das estrelas da NBA.
Demagogia por demagogia, prefiro a de Tony Carreira na entrevista dada hoje a "A Bola": "Para mim, chocante são os 2 mil milhões de euros de buraco do BPN." Voilà!
Um excelente artigo de Alexandre Pereira.
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