sábado, maio 09, 2009

Escritores e Desporto


Os escritores e os esportes


"...Mas o futebol, o “soccer”, é mais universal, e não são poucos os escritores que se debruçaram e se debruçam na arquibancada de seu espetáculo – que pode ser ao mesmo tempo lírico, heróico, trágico e patético. Jogado com os pés, mais indomáveis e, no entanto, mais prodigiosos que as mãos, o futebol se põe à mercê da psicologia numa intensidade que não existe nos outros esportes; o número maior de jogadores e variáveis transferem peso para a torcida, que por sua vez pode ser o peso que atrapalha em vez de empurrar o jogador. Não por acaso, a cabeçada do “artista” Zidane – francês de origem argelina, como o goleiro e romancista Albert Camus – no peito do “atleta” Materazzi, na final da Copa da Alemanha, foi tema de tantos artigos, até do filósofo Bernard Henri-Lévy. A chave está em Camus: “Tudo que sei com mais segurança sobre moralidade, devo ao futebol.”Pegue uma coletânea como o Guia Cult para a Copa do Mundo, publicada no Brasil no primeiro semestre, e você vai entender a universalidade do futebol. Há ali, inclusive, um grande escritor americano, o contista Robert Coover, que no capítulo sobre a Espanha passa menos tempo escrevendo sobre a seleção espanhola do que sobre a lendária partida entre Brasil e Itália na Copa de 1982, em que o artifício canarinho cedeu à determinação da Azzurra. Sim, Nick Hornby, o escritor inglês, autor de Febre de Bola, sobre sua paixão doentia pelo Arsenal, também é um dos 32 colaboradores do volume."

In Revista Cult

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