Depois de uns contidos festejos, de uma viagem de Zenica a Sarajevo e de uma escala em Milão, chegámos finalmente a Lisboa. Parece que viemos do fim do mundo. De uma realidade bem diferente de facto viemos. Jamais esquecerei as imagens da nossa saída para o jogo rodeados de largas centenas de pessoas, com as cortinas do autocarro fechadas, e com os jipes da polícia local a investirem para cima dos que nos rodeavam. Vi prisões, agressões, pedradas, tudo isto por causa de um jogo de futebol numa terra que tanto sofreu por motivo de uma guerra sangrenta. Faz pouco sentido, mas deu ainda mais alegria e valor à nossa vitória.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
... e, há uns anos, preocupava-se o "ocidente" em convencer-nos que os maus da fita eram os sérvios!...
ResponderEliminarNão podemos pensar assim, Seven.
ResponderEliminarHá alguns Sérvios desprezíveis, poucos, no meio de um povo que não são os "maus da fita", como diz,
assim como a maioria dos Bósnios são concerteza, gente afável, simpática e que recebe bem os estrangeiros.
Não podemos atribuir a um povo inteiro, as acções de meia dúzia de adeptos fanáticos.
Desculpe Valdemar, fiz apenas um apontamento, um trocadlho entre aquilo que o amigo Carlos Godinho acabava de expor e aquilo que a "media" na altura da guerra nos disse sobre os sérvios colocando os bósnios, croatas e etc nos píncaros. O à vontade com que me sinto aqui no Somos Todos Portugal é que me levou a isso. Mas a verdade é que ainda hoje à luz do "nosso ocidente" os sérvios continuam a ser maus e os russos ainda são comunistas. Adiante.
ResponderEliminarDe maneira alguma pretendi analisar povos e generalizar não faz o meu género (como foi seu pressuposto). Aliás fico ofendido quando mo dizem. Luto contra isso. A minha vida é uma constante luta nesse aspecto ou eu não estivesse onde estou. (acredite) O que eu notei, é que o senhor gosta de dar umas prédicas, mas gastou o seu latim, sou muito mau ouvinte nesses discursos de palavras ocas e circunstanciais. Não aceito o que me disse, acredite. Não necessito nada disso. Já estou vacinado nessa matéria. Com a devida vénia.
Saudações
Neves, AJ
Valdemar e Neves, AJ
ResponderEliminarCalma meus caros. O que se viveu ali foi difícil. Sobretudo os jovens entre os 18/19 anos e 30 anos eram os mais exaltados e nervosos. Aquele povo tão cedo não vai ultrapassar aquele trauma. Até vi bandeiras islâmicas à porta do nosso hotel. Vários de nós foram cuspidos sempre que saíam a porta do hotel. Tudo muito complicado. Tenho até muitas dúvidas se aquele processo se vai resolver nestes próximos anos. Há muitos ódios por ali à solta. Foi o que senti. Não abordo a política porque me parece muito complicada. Abraço aos dois.