As críticas bem posicionadas e sem insultos devem ser escutadas. Porém, sobre este assunto, houve tanta polémica, tantas palavras deslocadas e injustas e tanto veneno tentando influenciar a opinião pública que por vezes foi desolador. No entanto, os adeptos, quem de facto manda verdadeiramente no futebol, não se deixam enganar por meia-dúzia de opinadores que pouco acrescentam à nossa modalidade e, na maioria das vezes, nada de positivo dizem ou fazem. À esquerda, à direita e ao centro, para que fique claro. Os adeptos do futebol compreenderam o que se passou no campo no passado sábado e dedicaram a Liedson, se não a maior, uma das maiores ovações da noite. Justamente.
Caro Carlos Godinho
ResponderEliminarO senhor bem sabe que com a convocação de naturalizados podemos estar a transformar a Selecção das Quinas (repare... Quinas, essas mesmas que o sr orgulhosamente ostenta neste blogue) num clube qualquer, como Benfica e Porto (salva-se o Sporting) que chegam a entrar em campo com apenas um ou dois jogadores nacionais [imagine o senhor se fosse norma, como o é no Brasil, ser tocado o Hino Nacional antes de cada desafio para o Campeonato Nacional... só por educação é que os jogadores se manteriam atentos].
Antes de continuar, que fique bem claro que nada me move contra Deco, Pepe ou Liedson, nem por serem quem são e muito menos (até devido ao local onde resido) por serem brasileiros, no entanto e em verdadeiro contra-senso, já me "incomoda" o facto de serem estrangeiros. Não me interessa se eles sabem o Hino, nem se o cantam (eu também não sou de exteriorizações), mas acredito que o sentem e sei que se entregam à causa e que a Selecção muito lucrou e tem a lucrar com a sua inclusão! O senhor, que é da minha faixa etária, mais ou menos (antes mais para mais eheheh), certamente que terá o mesmo dilema, porque eu temo que um dia (já ouvi Hulk, não me admira que um dia David Luís, sei lá) a nossa Selecção deixe de ser nossa. Faço-me entender? Os argumentos escapam-me e, confesso, tenho dificuldade em ter uma opinião firme sobre o assunto.
A verdade é só uma: alguém tem que colocar "mão nisso"... Uefa, Fifa, FPF, Governo, sei lá! (falo apenas na questão de convocação e, quem me ler que me entenda bem, jamais na questão de naturalização, que é um direito que se aqduire... quem me diz a mim que um dia eu não o faça? Só que talvez já não vá a tempo de ser chamado à "canarinha")
Há pouco falei na idade, porque acredito que os "nossos filhos" já não passem pelo mesmo dilema. É tudo uma questão de "moda dos tempos"... mentalidade. Talvez nós sejamos mais "obtusos" quanto a essas questões e confesso-lhe uma coisa: não imagina o quanto me custa ouvir a um comentador brasileiro dizer "o brasileiro" quando está a jogar a Selecção Portuguesa, entende-me? Agora já me deixei disso, mas antes enviei alguns emails às TVs a focar isso.
Na onda dessa mudança de pensamento lembro-lhe que a própria FPF, por exemplo, mudou. Se não me engano com um jogador chamado Marcelo que só o simples facto de ter nascido no Brasil (filho de portugueses) foi impeditivo de alinhar pela Selecção.
Bom, já falei demais. Enquanto o pau (discussão)vai e vem, que o play-off esteja já aí à mão e que o "cliente" seja acessível.
Aquele abraço
Neves, AJ
Neves, AJ
ResponderEliminarEste assunto deve ser discutido com abertura. Tem razão em muito do que diz. Mas neste, como nos casos anteriores, é já passado. Tem de haver regras e já escrevi sobre isso. Não podemos é insultar ninguém por apresentar as suas opiniões. Mas informo-o que cada vez se torna mais difícil haver selecções jovens de qualidade tal a quantidade de estrangeiros nas camadas jovens dos nossos clubes. Um dia destes terá de haver normas mais firmes sobre o assunto. Abraço.
Um cordial abraço aos dois, comentador e autor do blog.
ResponderEliminarDe facto, é um pouco irónico que os que mais criticam a inclusão de um Luso-Brasileiro na selecção, neste caso, Liédson, são os mesmos que apoucam a escola de formação do Sporting, por vezes toldados numa certa febre clubística, mais que numa mentalidade xenófoba.
São os mesmos que não dão a devida importância ao facto de se incluírem cada vez mais estrangeiros nas escolas de formação dos clubes, com objectivo de conquista de troféus de camadas jovens de clubes, desvirtuando por completo o objectivo e utilidade nacional dos escalões de formação, isto para já nem falar da contratação massiva de estrangeiros para representação dos clubes nacionais a nível senior.
E digo isto, porque basta abrir jornais, escutar os pseudo-comentadores de futebol, escutar o simples adepto, para perceber que a opinião unânime é que o caminho para o sucesso passa por ir comprar mais jogadores Argentinos, Brasileiros, Uruguaios, estrangeiros no geral, já em Janeiro.
Em vez de acarinhar pacientemente o jogador nacional jovem, aplaudir o seu sucesso e não apupar e assobiar os insucessos, por vezes em palcos tão pressionantes como estádios Italianos em dia de Liga dos Campeões, por exemplo. Mas dá-se valor ao imediato. A incerteza da qualidade do jogador já feito estrangeiro, em deterimento da constância e da paciência na espera da maturidade do jogador nacional.
E depois querem milagres a nível de selecções.
Confesso que preferia inclusão de Postiga, Nuno Gomes, até mesmo o Edinho no onze inicial, que a naturalização de Liédson. Eram os avançados que tínhamos, era com eles que tínhamos que contar.
No entanto, a qualidade e o esforço de Liédson ao serviço da selecção nacional têm saltado aos olhos de toda a gente, facto que com toda a certeza, não pode ser considerado como tendo por objectivo pessoal, o da valorização do passe de transferência do jogador, que já vai com 31 anos.
É nitidamente a alegria, a satisfação por representar o país, em conjunto com as qualidades técnicas e mentais naturais no jogador, que o fazem jogar como joga ao serviço das quinas.
Um naturalizado trabalhador e esforçado, alegre e motivado por representar o país?
Tragam mais imigrantes destes, que são os que o país precisa...
É portanto destas duas correntes de opinião, que por vezes convivem em simultâneo, como é meu caso, e penso que também no do Sr. Neves, que deve inspirar as mentes que pensam o presente do futebol e do desporto Nacional, para que o futuro seja de alegrias que este povo bem precisa. E merece.
Viva Portugal.
É uma não questão. Não estamos a naturalizar um jogador para jogar pela selecção. É um estrangeiro naturalizado, cumprindo todos os trâmites legais, que cumpre um direito (e dever) que lhe assiste.
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