Aqui há uns tempos, a Selecção Nacional de Râguebi esteve presente no Mundial da modalidade. Infelizmente para os jogadores e para a equipa, acabaram por ficar mais famosos pela forma como entoaram o Hino Nacional do que pelos resultados. Foi entretanto e imediatamente associada a ideia de que no futebol, "os meninos mimados e ricos", não cantavam o hino com aquela vontade dos raguebistas. Triste ideia. Pode-se cantar o hino a gritar, mas também ouvi-lo e sentir interiormente o seu significado. Comigo o que acontece é que às vezes é cantado mais forte, noutras menos, noutras nem canto, mas sentido é sempre. Junto uma imagem, por sinal excelente, do último jogo no passado sábado.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Caríssimo, a Selecção de Rugby é um exemplo muito positivo de como conseguir dinamizar um desporto de forma profissional e extremamente eficaz. É um verdadeiro Case Study de Relações Públicas (um pouco como a era Scolariana).
ResponderEliminarClaro que depois fazem-se associações perfeitamente ridiculas, como essas que se lançaram amiúde na altura. Já agora, não é no Rugby que se nacionalizam Argentinos a granel? :)
Luciano
ResponderEliminarEstou de acordo sobre o raguebi português. Custa é ouvir e ler sobre os nossos sentimentos como se fossemos apátridas. Nunca pagámos a ninguém para nos esperar no aeroporto e acho isso uma patetice. E disseram-se coisas lamentáveis sobre este assunto. Sabe que fomos nós que a partir de 1990 começámos a distribuir a letra do Hino durante os nossos jogos? Os jovens não a conheciam. No meu tempo de escola aprendia-se bem novo a cantá-lo. Devemos é um respeito grande ao nosso hino e à nossa bandeira e de facto essa tradição não existe, com excepção dos mais velhos e dos que vão ao futebol actualmente. Na Luz, no sábado, foi impressionante a forma como se cantou o Hino. Abraço
Caro Carlos,
ResponderEliminarHá algum tempo que não deixo aqui nenhum comentário, mas desta vez tem mesmo de ser.
Só quem nunca passou por essa experiência pode criticar o que cada um sente ou exterioriza no momento de ouvir e/ou cantar o Hino nacional. Cantar o Hino foi das coisas que mais me marcou nos quatro anos que tive a felicidade de trabalhar contigo na Selecção Nacional. Nada pode pagar-me a experiência de estar de pé, junto ao banco de suplentes – como se vê na foto do Francisco Paraíso – e cantar, mesmo que desafinado, A Portuguesa. Não há nenhum patriotismo bacoco nisto. Há apenas o sentimento de fazer parte de um grupo que está ali de alguma forma em representação de um País inteiro – mesmo dos que dizem mal por se cantar o Hino. Nenhum dinheiro do Mundo poderia pagar-me aqueles instantes em Baku, a 2 de Setembro de 1999, quando, pela primeira vez, estive de pé, ao lado de toda a Selecção, a cantar o Hino.
E aqui, como em tantas outras coisas, não se pode medir o sentimento das pessoas. Comparar os homens do futebol com os do râguebi por causa da forma como cantam ou vivem o Hino é mesmo de quem nunca o cantou. Em público ou em privado.
Abraço
jcf
Caro Carlos, é exactamente aí que pretendia chegar, sem ter concretizado. Só um louco afirma tanto que se lê e ouve em Portugal sobre a nossa selecção.
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