Se tivesse que definir os artigos/crónicas que mais aprecio na imprensa, as opiniões de Ferreira Fernandes, no DN, estariam na primeira linha das minhas preferências.
Disse, ontem, Belmiro de Azevedo: "Que [o jornal] não se deixe assustar por opiniões um bocado desastradas de alguns governantes que querem mandar no Público sem pôr lá dinheiro nenhum." Sábias palavras. Pelas mais recentes notícias, Belmiro fala de governantes no sentido lato: cabe lá o Presidente da República. A que título um assessor presidencial (como foi divulgado pelo Público, há um mês, em duas capas não desmentidas), Fernando Lima de seu nome (como foi documentado pelo DN, ontem, e não desmentido), um assessor de Cavaco, pois, mandou o Público pesquisar, desastradamente e sem lá pôr dinheiro, alegadas escutas em Belém? Sendo o assunto um escândalo (PR escutado pelo PM), Cavaco deveria ter feito denúncia pública. Não ouvi. Estando a segurança nacional em risco, deveria ter alertado o Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informação. O presidente deste, o deputado Marques Júnior, negou qualquer contacto. Querendo discrição, o assessor podia ter contratado o detective Correia (há anúncios com a morada). Podia muita coisa mas não o fez: Lima preferiu mandar no Público. É natural Belmiro não ter gostado. Mas, que ele me perdoe, os gastos naquelas duas capas do Público que propiciaram a capa de ontem do DN revelam bem quem é Cavaco Silva. É despesa muito bem gasta.
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