O Acordo Ortográfico é um acto colonial do Brasil sobre Portugal com regras que não são recíprocas, afirmou à Lusa o escritor e jornalista português Miguel Sousa Tavares, no Brasil para lançar seu "quase-romance" No Teu Deserto.
"O Brasil é o único país que recebeu a língua de fora e que impõe uma revisão da língua ao país matriz, como se os Estados Unidos impusessem um acordo ortográfico à Inglaterra", afirmou Sousa Tavares, criticando o facto de não ter havido uma consulta aos profissionais que trabalham com a língua, como os escritores, jornalistas e professores.
"Ninguém foi ouvido, o acordo foi imposto tanto no Brasil como em Portugal".
Aceito perfeitamente esta opinião de Miguel Sousa Tavares e aliás assinei uma petição, que não serviu para nada, contra o acordo ortográfico. Qual era o problema de termos diferenças na ortografia se as temos praticamente em tudo. Diferenças não são barreiras. Gosto muito do falar e escrever do povo brasileiro, mas não é o meu falar, nem o meu escrever. Vamos continuar a ser diferentes com este acordo, e ainda bem, porque é isso que nos pode distinguir do resto dos povos. A língua deve ligar-nos. A partir de agora, pelos vistos, está a dividir-nos. Os "inteligentes" que decidiram por nós, dum lado e outro do Atlântico, criaram aqui um problema. Pelo menos em Portugal, as várias gerações que estudaram o actual português, vão ter grandes dificuldades em adaptar-se a esta "nova" língua.
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"A quem o dizeis senhor!"
ResponderEliminarTambém escrevi acerca. Só uma vez. Em 2008, um pouco a quente. Ao (re)ler o texto acho-o merecedor de algumas correcções, mas não o faço porque gosto de manter as asneiras pelo menos para me lembrar que não as devo cometer mais. Façam favor, o meu Acordo do Desacordo, que tem certa sintonia com o que é dito aqui nesta entrada!
Saudações em acordo