Lusodescendente Lucia Whalem fez o telefonema que levou um polícia branco a prender um professor negro por tentar entrar na sua própria casa
Lucia Whalem, lusodescendente, nunca fez nada para ser famosa. Mas hoje é conhecida em toda a América como a mulher que semeou a primeira polémica racial da Presidência de Barack Obama.
14 de Julho foi o dia em que a vida dela mudou. Lucia estava a caminho do emprego, no departamento de revistas da Universidade de Harvard, no Massachusetts, quando uma senhora apontou para dois indivíduos que estariam a arrombar uma casa.
Lucia chamou a polícia, que apareceu na figura de James Crowley. O sargento chegou, já o pretenso ladrão - o professor afro-americano Henry Gates, regressado da Ásia - estava no interior da casa que (não se sabia) afinal era sua. Os dois envolveram-se numa discussão. Crowley chamou reforços - nos quais estaria outro lusodescendente - e a polícia acabou por prender Gates durante algumas horas até confirmar a versão do detido.
Tudo não teria passado de um mal-entendido, não fosse o caso ter ganho contornos raciais e tornar-se um escândalo nacional, que apanhou Lucia e Barack Obama pelo meio.
O polícia escreveu no relatório que Lucia lhe tinha descrito dois homens negros com mochilas a arrombar uma porta. O Presidente americano criticou-o por "agir de forma estúpida". Nos jornais, Lucia tornou-se na branca racista que participou contra um negro que teve um problema na fechadura quando tentava entrar em casa.
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