O juiz nacional antimafia italiano, Piero Grasso, advertiu hoje para o risco de infiltração da criminalidade organizada no mundo do futebol transalpino, sobretudo nas divisões inferiores e no âmbito das apostas desportivas.
"O risco de infiltração da parte de delinquentes e do crime organizado não deve ser subestimado. Já tivemos casos impressionantes, como o Lazio-Chinaglia", disse Grasso numa entrevista publicada na edição de hoje do diário "La Gazzetta dello Sport".
O juiz referia-se ao caso do ex-futebolista Giorgio Chinaglia que em 2006 foi acusado de presumível branqueamento de dinheiro para a Camorra, assalto à propriedade da Lazio e extorsão do respectivo presidente Cláudio Lotito.
Questionado para concretizar onde poderá existir risco mais elevado de infiltração das máfias no futebol, Piero Grasso foi peremptório: "Nas categorias inferiores, porque têm menor visibilidade mediática. No Sul (de Itália), em particular, é preciso estar muito atento".
Todavia Grasso precisou que "o perigo existe em todos os lados", sendo também necessário "seguir com atenção o fenómeno das apostas".
"As apostas são um negócio que pode condicionar os resultados de várias formas. Podem ser falseados não apenas através de tentativas de corrupção de jogadores, mas também de truques mais sofisticados, como por exemplo a utilização de jogadores das reservas, situação que debilita as equipas, contribuindo para alterar a verdade desportiva", adiantou.
Para Grasso, o maior negócio que o futebol oferece ao crime organizado é "o branqueamento de dinheiro", porque se trata de "dinheiro que produz outro dinheiro".
Notícia no DN
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