Clubes arriscam ruína em caso de guerra de contratações
Os clubes da Primeira Liga inglesa de futebol arriscam a ruína financeira se tentarem competir no mercado de contratações com o poder financeiro do Manchester City, propriedade de Abu Dhabi United Group, advertiu o secretário-geral da UEFA, David Taylor.Recentemente adquirido por aquele grupo financeiro do Abu Dhabi, o City reforçou a equipa no mercado de Verão com várias contratações milionárias, como a de Carlos Tevez, Roque Santa Cruz, Emanuel Adebayor e Kolo Touré, até ao momento.Em declarações à emissora britânica BCC Radio Five, Taylor considerou que o Manchester City e o Real Madrid, que protagonizou igualmente as contratações milionárias do português Cristiano Ronaldo e do brasileiro Kaká, estão a abrir um precedente perigoso para as outras equipas.
"Diria que no contexto financeiro actual trata-se de algo surpreendente, um pouco desestabilizador do mercado", comentou o secretário-geral da UEFA. Taylor advertiu que alguns clubes ingleses têm motivos de "grave preocupação"."Há vários clubes ingleses cujo valor do clube em si caiu de forma significativa, mas estão de forma efectiva no mercado", assinalou, recordando os casos recentes de emblemas britânicos, como o Leeds United, "que sofreram graves dificuldades financeiras".Como tal, Taylor recomendou "estabelecer bases financeiras mais sólidas sobre as quais os clubes possam competir".A empresa detentora do Liverpool, a Kop Holdings, propriedade dos norte-americanos Tom Hicks e George Gillet, anunciou no ano passado um prejuízo de 69,5 milhões de dólares (cerca de 48,5 milhões de euros.
Artigo publicado no DN sobre as contratações milionárias e a necessidade, segundo a UEFA, da sua regulação. Importa no entanto questionar o Sr. David Taylor se é possível resistir aos Madoffs do futebol, quando a própria UEFA é a primeira a desregular as competições nacionais, os países mais pequenos e naturalmente os seus clubes, prometendo prémios absolutamente inimagináveis há uns anos a esta parte, a que só terão acesso os grandes clubes, e que irão colocar, dentro de algum tempo, os campeonatos e as taças nacionais, numa situação fragilizada e desprotegida face aos grandes, enormes interesses em jogo. Parar este rolo compressor, como pretende a UEFA, é uma tarefa gigante. As transferências completamente desreguladas e feitas de acordo com os superiores interesses de quem as manipula, mereceriam uma atenção redobrada e um combate mais intenso das instituições internacionais. A UEFA ao avançar para os valores que se falam estar em jogo, irá também, a médio prazo, isolar as selecções nacionais, que ficam, cada vez mais, sem saída. Ou, no inverso, com a ruína, voltará tudo à base. Se calhar é isso que acontecerá.
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