Desportivamente haverá muito para discutir em torno de uma eventual chamada de Liedson à selecção portuguesa. Como há para discutir na chamada de qualquer outro jogador, mas um pouquinho mais. A saber: quando a equipa precisar de um guarda-redes (e precisa...) ou de um lateral-esquerdo (e precisa...) a Federação vai tentar promover uma naturalização mais à pressa ou espera que algum brasileiro talentoso caia de maduro no país para se tornar português? As naturalizações prejudicam ou não a formação local?
O resto é igual para todos: vale a pena apostar num novo avançado aos 31 anos? Vale a pena deixá-lo de fora quando é claramente melhor que os outros e marca muito mais golos? O seu estilo de jogo coaduna-se com o da selecção?
Questões desportivas à parte, não há discussão possível. A lei é a lei, Liedson vive há seis anos em Portugal e tem direito à nacionalidade. Não foi sequer um processo martelado à pressa. Quis ser português e tem, como qualquer outro cidadão que reúna para tal condições, direito a sê-lo.
A partir do momento em que se torna cidadão nacional é exactamente igual aos outros portugueses. Aos que têm sotaques (todos!), aos que nasceram no estrangeiro e têm pais portugueses, aos que nasceram em Portugal e têm pais estrangeiros, aos que nasceram em Portugal e têm pais ainda mais portugueses. Todos com os mesmos direitos e deveres. Dizer o contrário era dar muitos passos atrás no progresso civilizacional.
A decisão, portanto, é apenas desportiva. E cabe a Carlos Queiroz, a quem apenas se acrescenta mais uma dor de cabeça.
Um artigo interessante de Alexandre Pereira sobre naturalizações de jogadores.
Ver lista dos jogadores Brasileiros naturalizados por esse mundo fora:
ResponderEliminarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_futebolistas_brasileiros_naturalizados