No nosso País existe alguma gente pequena e mesquinha. Incapazes de passarem a fronteira da sua própria rua, criticam quem mal conhecem e quem passou essa linha, não só da rua, mas também da cidade e do país, tornando-se cidadãos do mundo. Ainda há bem pouco tempo coloquei aqui uma entrada sobre "Caim", um dos livros, não sei se o último, de José Saramago. Obra polémica que adorei. Outros detestarão. É o sinal da vida e da liberdade. O que não se pode contestar é a universalidade da sua obra. Por isso, bem longe de Lisboa, só essa ausência me impede de o homenagear presencialmente. Fica aqui este meu registo e de mais alguns que pensam como eu.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
domingo, junho 20, 2010
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Caro Carlos,
ResponderEliminarLi alguns livros de Saramago e no final de cada um deles fiquei sempre com aquela sensação (sendo jornalista) do género "quem me dera escrever assim". Não é uma escrita fácil, seguramente, mas fantástica, imensa, profunda, cheia de coisas simples e elaboradas, mas também verdadeiras delícias. Para quem não leu, recomendo na História do Cerco de Lisboa, a descrição do amanhecer da Lisboa árabe, cercada pela armada inglesa fundeada no Tejo. Ou então o momento em que o pastor nos Pirinéus enterrou o seu cajado no chão e a península de separou da Europa, nascendo a Jangada de Pedra. Ou o Memorial, ou a sua versão da história de Jesus Cristo e Madalena, retomando, na mesma linha, um livro de um historiador francês dos anos 1980 que se chama O Homem que Não Queria Ser Deus... Génio? Sim. Polémico? Todos os génios são polémicos. Deixei lá em casa o Caim para ler. Fica para as férias.
Abraço