Saramago, independentemente das suas convicções políticas, que pouco me interessam, era um português como qualquer um de nós, que como disse numa entrada anterior, atingiu um patamar de valor e prestígio superior às pessoas comuns. Citando mais uma vez os Lusíadas "E aqueles que por obras valerosas, da lei da morte se vão libertando", Saramago há-de continuar vivo através da sua obra. Aqueles que não comungam destes princípios têm o direito de o dizer, mas deveriam pelo menos respeitar o trajecto literário e cultural que ultrapassou em muito o nosso espaço. Tenho é a certeza de uma coisa, dados os comentários do "L'Osservatore Romano", se Saramago tivesse vivido no tempo da Inquisição. tinha acabado na fogueira. A Selecção Nacional prestou-lhe uma singela homenagem.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Sem dúvida. Para além das suas opiniões, controversas como quase todas o são, e até de algumas das suas actuações no pós-25 de Abril, Saramago foi um grande escritor, um dos maiores de sempre de língua portuguesa. O que nos interessa os caracteres, bons ou maus, de Homero, Dante ou Shakespeare? Interessa-nos é que nos legaram a Ilíada, a Divina Comédia e o Hamlet. Saramago deixa-nos o Memorial do Convento e mais um punhado de grandes obras. Foi uma grande perda.~
ResponderEliminarJá agora, noutro registo, que tudo corra bem amanhã com o Brasil - irmãos, irmãos, resultados aparte. Um abraço, Carlos.