Caiu o pano sobre a nossa participação no Mundial 2010. Para tempos mais próximos a análise fria ao percurso efectuado, aos erros, às notas positivas e negativas, às conquistas. É de tudo isso que se faz uma participação numa competição tão intensa e mediática como esta. Depois a preparação das novas batalhas que se avizinham já em Setembro, com o Euro 2012 aí ao virar da esquina. Sem pretender desculpar o que quer que seja, este Mundial 2010, teve para Portugal um certo sabor a pouco, muito por culpa de um sorteio pouco feliz que nos levou a jogar com as duas melhores equipas do mundo, o Brasil e a Espanha. O grau de dificuldade foi bem alto, alto demais para quatro jogos. Mas foi este o destino e já nada podemos fazer para o alterar. Quanto ao jogo com a Espanha sabia-se que quem obtivesse um golo ganharia. Assim aconteceu, mais felizes os espanhóis, numa jogada irregular, marcaram um golo e subiram imediatamente de produção, galvanizados pela perspectiva de vitória, mostrando uma atitude organizativa que ainda não tinham tido nesta prova. A Espanha, diga-se em abono da verdade, tem uma excelente equipa, recheada de valores de enorme qualidade. Perder com esta equipa não é indigno. Uma última referência para os nossos jogadores que se bateram dignamente sem qualquer temor, quer com o Brasil, quer com a Espanha com destaque especial para os mais jovens e estreantes num mundial, Eduardo e Fábio Coentrão, dois valores de futuro e que terão conquistado esse futuro, aqui na África do Sul, com exibições cheias de classe. Para os consagrados que se mantêm, ainda há muito para conquistar, para os que eventualmente venham a sair, como acontece sempre no final destas competições, um até sempre e obrigado.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Depois do meu comentário ontem, um pouco ao calor das emocoes, esqueci-me de falar dos aspectos positivos, que certamente tb houve.
ResponderEliminarEm princípio estou de acordo que com Fábio e Eduardo temos dois jogadores que marcaram o mundial, seja pela vontade que sempre mostraram ou pela qualidade das exibicoes. Para mim, isso sao dois nomes que merecem ser destacados.
A defesa foi e é uma das melhores que se viu por aí. Concentrados e na maioria das ocasioes sempre um passo a frente do adverário.
O meio campo teve bons momentos, mas nao conseguiu mostrar o jogo que sao capazes. Certamente também por causa de mudancas que tiveram de ser feitas, mas há margem para progresso.
O ataque, deixando á parte o jogo com a Coreia do Norte, esteve practicamente apagado. Criamos algumas possibilidades de golo, mas nao sei o que se passa, se é azar ou falta de capacidade, os golos nao surgem. Infelizmente foi sempre um problema nosso e continua a ser. Antigamente conseguimos eliminar essas fraquezas com um meio campo bem ofensivo de alta qualidade, mas desta vez nao conseguimos. Espero que no futuro próximo haverá análises para melhorar o rendimento do ataque.
Desejo-vos sorte para os desafios que lá vem.
Um abraco
É triste, realmente, Portugal não ter seguido em frente.
ResponderEliminarDurante uma hora(+/-), com maior ou menor dificuldade, Portugal jogou e ameaçou a armada espanhola. O jogo estava a ser interessante de assistir.
De um momento para o outro, tudo mudou.
Todos somos treinadores de bancada, e a critica é sempre mais fácil, mas foi tão evidente a mudança que é fácil de encontrar o tal nexo de causalidade. Infelizmente, as justificações a quente nunca fazem grande sentido, pois no momento seguinte são contraditórias(p.exp. Hugo Almeida estava quase esgotado - Prof. CQ; não estava esgotado - HA).
Agora é tempo de tirar as ilações do que pode (e deve) ser melhorado e analisar o que, efectivamente, se passou.
Os próximos dias vão ser pródigos em notícias e mais notícias pouco abonatórias, onde todas as críticas serão apontadas.
Bom regresso e em Setembro há mais uma batalha que se inicia.
Dê abraços por mim aos jogadores. Apesar da derrota, eu não deixo de os apoiar.
ResponderEliminarTão ou mais triste que uma derrota em nada desonrosa, foi ver, mais uma vez, a insensibilidade dos jogadores da nossa selecção que, ao contrário dos seus colegas de todas as outras selecções, não se dignam agradecer, no final, o apoio, carinho e tantos sacrifícios de quem viaja, paga e sofre para ver jogar a equipa de todos nós...! Não, não colhe a desculpa da "tristeza" pela eliminação, pois a situação repete-se e já foi por mim presenciada em variadíssimos jogos, competições, estádios e países, ao longo dos últimos 15 anos!
ResponderEliminarSerá que ninguém do extenso staff federativo os sensibiliza para tamanha falta de educação e respeito?!...
Cumprimentos,
Rafael Costa