segunda-feira, março 01, 2010

Futsal Feminino

Recebi anteontem um comentário sobre o facto de não se apoiar o Futebol/Futsal Feminino. Fiquei com a dúvida se era alguma crítica que me era dirigida em particular, ou se deixada simplesmente para alvos genéricos e não precisos. Em meados de 1997, o falecido Dr. Alberto Silveira e eu próprio, iniciámos dentro da FPF, um projecto de desenvolvimento do Futebol e do Futsal Feminino. Foi então criada a Selecção Nacional de Futsal Feminina que competiu até 25.4.2004. Infelizmente o futsal feminino europeu não cresceu, e aos poucos, a possibilidade de se jogar com outras equipas foi diminuindo, dado não haver selecções representativas noutras federações. Disse infelizmente porque a nossa selecção tinha grande qualidade e a diferença de ordem física, que por exemplo existe no futebol feminino, era ultrapassada pela qualidade técnica das nossas jogadoras e pelo facto de se jogar em espaços mais reduzidos do que o futebol. Até que a UEFA dê um sinal no sentido da criação de uma competição europeia feminina não estou a ver condições para que a Selecção Nacional de Futsal Feminino volte à competição. É pena mas é a realidade.




A 1ª Selecção Feminina de Futsal que realizou o primeiro jogo em Lisboa, em 13.10.97, com a Austrália, tendo vencido por 8/1



7 comentários:

  1. Caro Sr. Carlos Godinho, é com grande alegria que verifico que o Futsal Feminino mereceu a importância de um post e do seu carinho. Gostava só que sentisse um pouco da tristeza que vai na ALMA das cerca de 4.000 atletas de Futsal Feminino, modalidade colectiva do sexo feminino (no escalão sénior) com mais praticantes em Portugal que nem um Campeonato Nacional tem. Gostava também de lembrar que para lá de servir a UEFA e a FIFA a FPF tem como função a promoção e o desenvolvimento das modalidades que estão sob sua alçada, sendo o Futsal uma delas.
    PS: Grandes saudades do Dr. Alberto Silveira.

    Fernanda Piçarra

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  2. Fernanda Piçarra
    Compreendo bem o que me diz sobre o Futsal Feminino. Assisti na altura a alguns jogos, e sei do entusiasmo que essas jovens sentiam pela modalidade. Sei perfeitamente que a FPF, embora não seja a minha área, tem nos seus Estatutos essa responsabilidade que fala. Mas também lhe digo, como já disse às pessoas do futebol feminino, o seguinte:

    Vem vamos ambora
    Esperar não é saber
    Quem sabe faz a hora
    Não espera acontecer

    Este é um pequeno poema brasileiro e espero que todas(os) possam reflectir sobre ele e fazer com que aconteçam os vossos desejos. O vosso desejo é o meu. Serei sempre vosso aliado. Está nas vossas/nossas mãos.
    Cumprimentos.
    PS - Grandes saudades também da argúcia e inteligência do Dr. Alberto Silveira.

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  3. Concordo com tudo o que foi dito pela Lombita. E acrescento deixando algumas questões.

    1- Justifica-se que a selecção de Futebol Feminina, nos seus vários escalões, colmate as suas dificuldades de qualidade técnica convocando atletas de futsal?

    2- Que pensariam os senhores da FPF, se os seus colegas da Federação Portuguesa de Hóquei convocasse atletas de Hoquei de Sala para a selecção de Hoquei de campo?
    Talvez pensassem que fosse ridículo... Mas afinal é mesmo isso que estão a fazer com o "nosso" Futsal

    3- Se a FPF organiza os Mundialitos no Algarve para o futebol, porque não consegue organizar Mundialitos de Futsal?
    Seria uma excelente forma que promover o Futsal Feminino, voltar a criar uma selecção nacional e desenvolver a modalidade colectiva mais praticada no país pelo sexo feminino...

    4- Se a FPF organiza um campeonato nacional de futebol feminino (modalidade com um número muito inferior de praticantes comparativamente ao futsal), se organiza um campeonato nacional de futsal (masculino)... Porque não um campeonato nacional de futsal feminino?
    Temos atletas, temos clubes, temos vontade, precisamos dele pois queremos continuar a evoluir!

    Não se pense que faço uma campanha anti-futebol. Todos merecem respeito, da mesma forma que todos tem direito à igualdade.

    Precisamos de um campeonato nacional, pois queremos crescer (ainda mais!) e evoluir. Precisamos que uma selecção nacional pois esse é o sonho e o patamar máximo que qualquer atleta pode atingir.

    Deixem-nos ter o orgulho de poder representar o nosso país!

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  4. Anónimo
    Não faço comentários às suas ideias dado que as respeito. Sobre a selecção o que disse atrás mantenho. Não vejo que possa existir se não houver competição. Enquanto esse sinal não existir via FIFA ou UEFA não acredito na sua existência. Sobre o campeonato nacional entendo que os clubes e as suas associações são soberanos desde que se organizem para isso. Se estiverem à espera que os outros façam o trabalho que lhes compete a si próprios não vão conseguir atingir esse objectivo. É o que eu acho.

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  5. Na sequência das ideias que aqui têm vindo a ser postas gostava de dizer o seguinte:

    1) Por uma questão de não discriminação de sexo (penso que deverá constar nos estatutos de uma entidade UTILIDADE PÚBLICA) a FPF deveria propor desde logo:
    - Um Campeonato Nacional Sénior Feminino (tendo em atenção factores económicos que viabilizassem a sua continuidade e viabilidade)
    - Uma Taça Nacional de Juniores Femininos

    2) Em relação às propostas (mantendo a ideia de que não temos nada contra o que de positivo se faça noutras modalidades) não me parece que as ideias dos Torneios de Promoção venham das Associações Distritais, além disso existem várias propostas de Estrutura para Campeonatos Nacionais algures nas Gavetas de quem tem o poder de decidir e... não decide. Portanto, só a boa vontade não chega... é preciso um empurrãozinho de quem PODE.

    3) Quanto à Selecção, como deverá saber, em Maio do Ano passado, houve uma reúnião na FIFA onde se falou de Futsal Feminino e de futuras competições, gostávamos que a FPF defendesse as "SUAS 4.000 DAMAS" e que tivesse uma posição activa nesse sentido em conjunto com a Federação Espanhola que ao contrário da nossa,mesmo sem competição, continua com a Selecção Activa, será que são eles que estão mal?

    Fernanda Piçarra

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  6. Convém referir neste momento tão polémico para o futsal feminino que à grande maioria dos clubes que possuem equipas de futsal feminino, nada lhes pode ser apontado, já que o esforço que realizam para a evolução desta modalidade é bastante. Muitas vezes, são os responsáveis desses clubes que se reúnem e definem propostas a apresentar às Associações Distritais com vista a melhorar a competição ao nível de campeonatos e taças distritais, já que dos responsáveis maiores apenas vêm uma constante repetição de procedimentos em detrimento da procura das necessidades reais dos seus clubes/competições.
    O nível de futsal feminino praticado no nosso país tem evoluído bastante à custa dos velhos "carolas" (subentenda-se dirigentes e treinadores, entre outros) que têm sido constantemente apunhalados nas costas por convocatórias das suas atletas para a Selecção Nacional de Futebol de 11, com assédio inclusivé para deixarem o futsal e se juntarem a equipas de futebol de 11.
    Não será criticável que o façam já que como se compreende qualquer atleta que se dedique seriamente (e friso quase sempre sem qualquer contrapartida, apenas o gosto que tem pela prática desportiva e vontade de evoluir) tem ambição a algo mais...
    Estatísticas demonstram ainda que as praticantes de futebol de 11 têm diminuído consideravelmente, em detrimento das atletas que se juntam ao futsal.
    Vi já muitas iniciativas/opiniões e debates acerca de nova criação de campeonato nacional e selecção, será que é tão utópico?!
    Penso sinceramente que é bastante viável desde que haja boa vontade, e algum espaço de reflexão no seio das reuniões de quem de direito (desempenham funções públicas!).
    A criação de séries segundo proximidades geográficas e normal desenvolvimento de campeonato, com apuramento de 2/3 equipas proporcionalmente ao número de equipas e nível praticado por distrito parece-me uma boa solução.
    Acrescentar ainda a assinatura de protocolos de parcerias para visionamento de jogos nos canais de cabo (já apoiam tanto o desporto), para maior viabilidade de patrocínios (como se começa a ver cada vez mais, mesmo sem campeonato nacional) também é na minha opinião uma princípio fundamental.
    De certeza que os clubes não vão recusar fazer um pouco mais de esforço e vão sentir o trabalho de associativismo reconhecido.
    É uma modesta opinião de uma simples jogadora.

    Teresa Cadete

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  7. Enquanto isso, no Brasil há competições femininas por estados (províncias), a partir do sub-13, e nacionais, a partir do sub-15. Vejam o nível do Sub-15 em http://www.youtube.com/watch?v=ojQ2sCSCbFo
    e do Sub-13 em http://www.youtube.com/watch?v=3C_OzDYWZgw

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