segunda-feira, março 22, 2010

Râguebi


Portugal terminou a sua fase de qualificação sem conseguir prosseguir na prova, ficando afastado da fase final do mundial. Esforço inglório dos jogadores, equipa técnica e federação, que talvez merecessem ir mais longe. O facto de terem sido eliminados não os pode tornar nos piores do mundo, como é hábito acontecer em Portugal, havendo um caminho de conquista e desenvolvimento pela frente e sobretudo de consolidação dos percursos anteriores. Pareceu-me também que a seguir ao último mundial, ter começado a existir uma onda de euforia, de certo modo despropositada, talvez fruto de alguma inexperiência e que raramente traz bons resultados. No entanto, para quem gosta de desporto, deu especial prazer sentir a determinação dos jogadores e do seleccionador no anterior mundial, quer na fase última de qualificação, quer na fase final. Lembro-me que tinhamos um jogo, salvo erro com a Bélgica, em Alvalade, e a primeira grande ovação da noite foi para a selecção de râguebi quando se soube da sua qualificação para a fase final. O estádio em pé aplaudiu, mas o râguebi, em Portugal, não deixou por isso de ser um desporto de elite. Não sei, desconheço sinceramente, como é no estrangeiro, mas em Portugal terá de abrir portas junto das camadas populares e dos miúdos de outras classes. Para crescer, não pode continuar a ser o jogo duma determinada classe social, média/alta, e terá de abrir-se aos jovens de meios mais pobres, base de apoio natural do futebol. E é aí, na massificação junto da juventude, que terá de ganhar espaço. Já agora um alerta também para as condições de trabalho, que tal como para o futebol, existem no Estádio Nacional, ou melhor, existem, mas são terceiro-mundistas.


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