Portugal terminou a sua fase de qualificação sem conseguir prosseguir na prova, ficando afastado da fase final do mundial. Esforço inglório dos jogadores, equipa técnica e federação, que talvez merecessem ir mais longe. O facto de terem sido eliminados não os pode tornar nos piores do mundo, como é hábito acontecer em Portugal, havendo um caminho de conquista e desenvolvimento pela frente e sobretudo de consolidação dos percursos anteriores. Pareceu-me também que a seguir ao último mundial, ter começado a existir uma onda de euforia, de certo modo despropositada, talvez fruto de alguma inexperiência e que raramente traz bons resultados. No entanto, para quem gosta de desporto, deu especial prazer sentir a determinação dos jogadores e do seleccionador no anterior mundial, quer na fase última de qualificação, quer na fase final. Lembro-me que tinhamos um jogo, salvo erro com a Bélgica, em Alvalade, e a primeira grande ovação da noite foi para a selecção de râguebi quando se soube da sua qualificação para a fase final. O estádio em pé aplaudiu, mas o râguebi, em Portugal, não deixou por isso de ser um desporto de elite. Não sei, desconheço sinceramente, como é no estrangeiro, mas em Portugal terá de abrir portas junto das camadas populares e dos miúdos de outras classes. Para crescer, não pode continuar a ser o jogo duma determinada classe social, média/alta, e terá de abrir-se aos jovens de meios mais pobres, base de apoio natural do futebol. E é aí, na massificação junto da juventude, que terá de ganhar espaço. Já agora um alerta também para as condições de trabalho, que tal como para o futebol, existem no Estádio Nacional, ou melhor, existem, mas são terceiro-mundistas.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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