sexta-feira, junho 03, 2011

Blatter

Terminou o Congresso da FIFA com a reeleição do Presidente Joseph Blatter para mais um mandato. Continuaram as contestações sobretudo pela atribuição do Mundial 2022 ao Qatar e à forma pouco transparente como o processo decorreu. Não mudou o presidente mas a constestação aos métodos e processos utilizados aumentou significativamente tendo ficado decidida a nova forma como os próximos mundiais irão ser atribuídos. O editorial de "O Jogo" de ontem, da autoria de José Manuel Ribeiro, é arrasador e merece leitura.

"A manipulação das votações para escolher o organizador do Campeonato do Mundo de futebol já passou a fase do mito há alguns anos, quando o representante da Oceânia se esqueceu de que estava mandatado para votar na África do Sul e permitiu que a organização do Mundial'2006 fosse entregue à Alemanha, como se sabe um dos mais poderosos compradores de pepinos do planeta. Antes, durante e depois houve a falência calamitosa da ISL, uma empresa fundada em saudável sociedade pelos presidentes da FIFA e da Adidas; a comprovação policial da existência de contas secretas e sacos azuis; suspeitas de compra dos votos africanos na primeira eleição de Blatter (ele próprio acusado por um seu secretário-geral anos mais tarde); e uns quantos livros de um jornalista inglês chamado Andrew Jennings que descrevem a FIFA como uma associação criminosa e que se têm vindo a confirmar, nome por nome, a cada "inquérito" aberto pelo Comité Executivo. Depois de ganhar ontem uma eleição polémica em que tanto ele como o adversário eram acusados de corrupção, mas só o segundo foi suspenso e impedido de ir a votos, Blatter anunciou o remédio, pelo menos para as votações dos Mundiais: a tarefa de escolher os organizadores deixará de pertencer aos 24 membros do Comité Executivo, constantemente postos em tentação pelos países candidatos; em vez deles, votarão os 208 elementos do Congresso, tentados só pelos mais baratinhos lugares nos comités da FIFA, pagos à média de dez mil euros mensais, fora os extras, e distribuídos - deixa cá ver - pelo Comité Executivo."

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