Gosto imenso que um dos nossos compatriotas, seja quem for e em que modalidade for, alcance qualquer vitória ou por lá ande perto. Sei que essas vitórias são fruto de enorme capacidade e entrega dado que as condições de trabalho que temos ao nosso dispor, comparadas com outros países, são bem menores, embora ultimamente se tenha feito um grande esforço para diminuir o fosso existente. Tudo isto a propósito da vitória de João Pina e de outros judocas que têm dado a essa modalidade e ao país um conjunto inédito de êxitos. No judo, mas também no remo e no triatlo, por exemplo. Agora, durante uns dias vai-se falar do João Pina, mas depois desaparece do mapa e só será notícia quando vencer outra medalha. No entanto, noutras modalidades, mais mediáticas, onde abunda mais dinheiro e poder, estar num lugar no ranking sem qualquer expressão internacional é motivo de páginas e páginas de jornais e imenso tempo de televisão e promovido a estatuto de grande vedeta. Nada tenho contra essas modalidades onde a grande maioria dos seus praticantes são filhos de classes abastadas, oxalá um dia venham a alcançar lugares de relevo como o judo, mas o que acontece é que parece mais valer alcançar lugares sem qualquer significado nesse tipo de desportos do que ganhar ou andar lá perto em modalidades maioritariamente compostas por pessoas de classes médias ou baixas. Há um claro e nítido favorecimento mediático em função do poder financeiro e consequentemente de marketink dessas modalidades perante outras sem esses meios. Esta é uma realidade insofismável.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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