O meu amigo Paulo Torres esteve na Guiné-Bissau e declarou que aquele país é uma autêntica mina de ouro para se descobrirem novos jogadores, incentivando os nossos clubes a investirem nesse mercado quase virgem. É evidente que Paulo Torres tem o pleno direito de ter as opiniões que quer, no entanto nunca o ouvi defender com tanto ênfase a formação e a procura de jogadores e talentos no nosso país. Imagine-se se Carlos Queiroz, nos idos oitenta e noventa, em vez de aplicar todas as suas forças na formação nacional, tivesse ido para a Guiné-Bissau procurar, por exemplo, defesas-esquerdos, hoje, Paulo Torres, seria um completo desconhecido, e não teria tido a oportunidade de usufruir de uma vida desportiva que se pode considerar boa, substituído por um qualquer jovem guineense que já teria regressado à sua terra sem honra nem glória, o que acontece à maioria dos que chegam e rapidamente regressam. Mina de ouro para quem?
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Sem comentários:
Enviar um comentário