segunda-feira, março 14, 2011

Formação


As voltas estranhas que a formação dá, ou melhor que os homens dão à formação. Miguel Vitor, ainda júnior, chegou a titular do Benfica, apresentando-se como uma das maiores apostas do clube. Sem nunca se ter afirmado com segurança dado que a concorrência era forte, andou de um lado para o outro, até ser cedido ao Leicester, do segundo escalão inglês. Nesta última jornada bisou, o que lhe aconteceu pela primeira vez como sénior, na sua ainda curta carreira de jogador, tendo chamado por isso as atenções para a sua existência como futebolista. Não é fácil emcontrar-se treinadores que queiram arriscar na juventude, sobretudo na portuguesa, nem se tem muita paciência para se aguentar com os erros que naturalmente cometem. Lembro-me que no passado, o FC Porto, sem apostar directamente na entrada dos jovens no clube, mantinha uma política de empréstimos, seguidos à distância, que lhe permitiu mais tarde fazê-los regressar de forma a que jogassem. Aconteceu com Fernando Couto, Jorge Costa e Ricardo Carvalho, entre outros, e os resultados desportivos e/ou financeiros dessa política foram enormes. Hoje empresta-se os jogadores quase como uma forma de os chutar definitivamente sabendo-se que muito dificilmente serão chamados à casa-mãe. E é pena que seja assim, mais valendo cedê-los a título definitivo para jogarem em melhores clubes e deixá-los voar sózinhos, esperando naturalmente que a sua qualidade os consiga fazer atingir objectivos mais altos. Mas aí será a selecção natural a definir quem tem ou não qualidade.


1 comentário:

  1. Senhor Carlos,depois deste excelente post,não me resta alternativa do que subscrevê-lo.Está tudo dito!Há que ter fé que as coisas mudem!

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