Quando éramos miúdos e jogávamos à bola na rua, de vez em quando um ou outro portava-se mal e a resposta dos grupos era afastá-los, sem tribunais, primeiras, segundas ou décimas instâncias. Funcionou tudo sempre muito bem, até que uma alma caridosa e inteligente se lembrou que se transportássemos para o futebol o mesmo sistema jurídico da sociedade civil, tudo correria melhor. E vieram então para o futebol os advogados, os juízes e o sistema judicial que o outro senhor criou e que ainda ninguém quis ou conseguiu mudar. Em vez de processos rápidos, bastava ir à UEFA para se ver como se faz, leva-se uma eternidade para decidir, e depois dá nisto. Palhaçada , disse Carlos Freitas. Não conheço o processo, mas acredito, até prova em contrário, na isenção dos julgadores. O que não posso deixar de assinalar é o tempo incrível que se leva para decidir porque o sistema existente é verdadeiramente retrógrado. E isso é que é imperioso mudar. Talvez então, se existir um poder forte, como em Nyon ou Zurique, assente em leis curtas e simples, com prazos rápidos para a resolução dos problemas, ninguém tenha a ousadia de falar em palhaçada. E talvez então possamos voltar ao princípio, ou seja, quem se porta mal, sai do jogo, mas logo, sem ter de esperar três meses.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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