30 anos após o desastre de Camarate em que faleceram Francisco Sá Carneiro e os seus companheiros de viagem, voltou à praça pública a discussão sobre a tese do atentado. Não quero obviamente discutir essa questão, mas unicamente salientar que é uma vergonha para todos nós portugueses que este assunto não esteja resolvido, encerrado e enterrado, demonstrando, se havia dúvidas, a nossa incapacidade enquanto nação para conseguir resolver este, como outros casos. Para os governantes desde então, para as polícias, para todos os órgãos de soberania, para todos nós, voltar a tocar no assunto, devia incomodar-nos, revelando no fundo a nossa incapacidade colectiva para tomar as decisões certas no momento adequado. Sábado, em debate na televisão, Artur Santos Silva e Maria João Avillez, que estão longe de serem perigosos esquerdistas e que fazem parte da família política dos falecidos, disseram e repetiram esta palavra várias vezes. Vergonha! Deixem descansar as famílias dos que faleceram, respeitem os mortos. Tenham vergonha.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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