Tenho como princípio, desde há muito tempo, assumir com a máxima precaução todos os jogos e competições da Selecção Nacional, sejam oficiais ou particulares. Embandeirar em arco, andar de peito cheio, são expressões populares muito em voga na vida e no futebol. E normalmente são fatais. Mesmo com todas as precauções tomadas, relembro os resultados do Liechtenstein, em 2004, com a Albânia, em 2008 e ainda recentemente com o Chipre. Sem esquecer obviamente o grande trauma que foi o Brasil, em 2008, em Gama. Todos os cuidados são poucos, em qualquer circunstância, mas quando se joga contra grandes adversários, aí os cuidados devem triplicar, a euforia deve estar num nível muito baixo e a concentração deverá ser total. O que aconteceu ao SC Braga, na quarta-feira, levará concerteza à reflexão daqueles que no seu interior, fazem a história do dia-a-dia, e que têm a experiência destes ambientes, refiro-me concretamente a Domingos e a Fernando Couto. Eles saberão perfeitamente que o reencontro com a humildade e o esvaziamento do balão da euforia, serão talvez as medidas mais importantes a seguir, sob pena da equipa se desencontrar e perder-se. Porque outros, sem essa experiência, vão querer imediatamente encontrar culpados e apontar o dedo aos que estarão mais fragilizados, os jogadores. Segurar o que está certo e conquistado para que o progresso seja consistente. Tudo tem um tempo certo para a sua construção e até uma equipa de futebol está sujeita a essa regra. Roma e Pavia não se fizeram num dia, e não consta que com Braga tenha sido diferente.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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