sexta-feira, setembro 03, 2010

Rufete

Confesso que tenho uma grande admiração por jogadores que não sendo grandes estrelas conseguem ter um papel fundamental na união e congregação das suas equipas. Muitas vezes esses jogadores são mesmo capitães de equipa e tornam-se mesmo no símbolo dos seus clubes e das suas selecções. Em Portugal temos vários exemplos que se tornaram quase lendários. Em tempos não muito recuados na história do nosso futebol lembro-me de Coluna, do SL Benfica, João Pinto, do FC Porto, de Fernando Couto na Selecção Nacional. Recordo-me de palavras bem duras de Couto, no interior do balneário, dirigidas aqueles seus colegas que algumas vezes se refugiavam num trabalho mais discreto durante o jogo. Isto a propósito de uma notícia acerca de um jogador chamado Rufete que se recusou a substituir um jovem, de nome Kiko, de 19 anos, que teve um ataque de ansiedade durante o jogo, tendo ficado praticamente paralisado. Rufete começou a gritar fora das quatro linhas para o jovem colega, incentivando-o a ultrapassar o problema, e tendo-o conseguido. "Era mais importante fazer aquele miúdo recuperar e ganhar confiança para um longo caminho que tem a percorrer do que eu jogar 10 minutos", disse Rufete após o incidente. Pequeno gesto que define a coragem e a atitude de um atleta, e que o dignificou como homem.

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