Que me perdoem muitos amigos juristas, mas as análises que a maioria dos elementos dessa área, que se encontram fora do futebol e que normalmente produzem opiniões sobre a vida desta modalidade, acabam quase por torná-lo num monstro de sete cabeças, de acesso verdadeiramente limitado a uma pequena minoria. As suas ideias, análises e teorias, são na maioria das vezes de uma tal densidade técnica que dá vontade de fugir. Vem isto a propósito do artigo do Dr. Ricardo Costa, da antiga Comissão Disciplinar da LPFP, sobre o caso Adop, ontem no jornal "Record". O futebol é um jogo tão simples, onze contra onze, com um juiz no meio. Não será possível simplificar estas teias jurídicas que o envolvem fora do campo de jogo? Mais do que todas as reformas necessárias ao futebol que por aí se falam, a simplificação regulamentar, é, na minha opinião, a principal.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
sexta-feira, setembro 10, 2010
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PALAVREAR
ResponderEliminarNA NOITE EM QUE CARLOS QUEIROZ FOI DEMITIDO
Com alguma felicidade encontrei uma palavra que define perfeitamente os tagarelas que por ai apareceram a opinar acerca do caso Carlos Queiroz, durante estas semanas e sobretudo na noite de hoje, embora sejam os mesmos destas últimas semanas.
O termo exacto a aplicar às conversas, às opiniões, é mesmo este: PALAVREAR, que significa falar muito e sem nexo
Ouviu-se de tudo um pouco. A construção de um novo projecto para o futebol português; trazer gente nova para a Federação; a questão do elevado número de estrangeiro no futebol em Portugal; a reestruturação necessária, enfim ... as coisas do costume.
Qualquer conversa, qualquer debate, ao longo do ano ou dos anos, melhor, têm caido sempre nestes lugares comuns.
Quem fala, quem tem visibilidade, preocupa-se apenas com o futebol do topo e aí reside o problema.
A organização começa na base. Quando estes senhores opinam e falam naquelas coisas todas que aqui digo, nunca têm como perspectiva melhorar a base, pelo contrário, esta sai sempre prejudicada. Ao mesmo tempo também sei que estas palavras, não são mais do que isso, sem consistência, sem saberem o que dizem. Falam em projectos sem saberem como tudo isto funciona, isto é, não havendo conhecimento da "máquina", aliás bem complexa, como se pode falar em reestruturação?!
O que eu sei é que há movimentos muito fortes para tomarem conta do futebol. Movimentos que deviam emergir do seio do futebol, mas não é isso que está a acontecer. E como esta gentinha quer é protagonismo, não estou a ver a construção de um projecto sério e capaz de mobilizar toda a comunidade do futebol, procurarão certamente trazer para a modalidade aqueles que nunca mexeram uma palha.
Mas hoje, está na moda dizer-se que está há muito tempo no lugar. É espantoso ouvir isto, como se a experiência deixasse de ser um valor acrescentado ao conhecimento adquirido.
De facto o caso Queiroz serviu para tudo. Para mostrar a falta de conhecimento acerca das matérias do futebol e para mostrar a tendência que alguns têm para atacar quem não deve ser atacado.
Para ouvir ainda David Borges, revelar-se como um bom demagogo para já não falar do outro, o Rui Santos, que lhes faltou coragem, creio mesmo que foi isso, para pedir um louvor para Carlos Queiroz.
E depois são estas mesmas pessoas que dizem que tudo está mal no futebol, pudera com comentadores destes o ambiente não melhora e a opinião pública vai ficando cada vez mais intoxicada com as opiniões destes senhores que são comentadores do ódio, provavelmente por despeito.