«Olho para a relva e dá-me vontade de chorar», diz Costinha: «Começo a olhar para o estádio e pergunto-me como se construiu um estádio assim: não tem um acesso para o autocarro para os balneários, há sítios em que não se vê bem a bola, a relva não está boa por causa das temperaturas e porque está mal colocada. Será que quando construiram o estádio não pensaram nisso?»
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
quinta-feira, setembro 30, 2010
Estádios
Não sei neste caso concreto se Costinha tem ou não razão em todas as questões que levanta, embora na questão do autocarro seja verdade que é um paradoxo as condições que se deparam às equipas na chegada ao estádio, mas também não é menos verdade que muitas vezes as pessoas do futebol são afastadas deste tipo de discussão. Aqui há uns anos fui convidado por um Presidente de uma Câmara Municipal para dar uma opinião sobre um pequeno estádio em construção. Com pequenos acertos estava tudo muito bem organizado e correcto, mas quando me sentei na zona em que entendiam vir a ser a tribuna, a visibilidade desta, para cerca de meio campo, estava barrada por uma coluna de suporte da estrutura. Como estava tudo em construção, ainda foi possível remediar e alterar a situação. Este foi um pequeno exemplo de alguém que entendeu socorrer-se de opiniões de pessoas alheias à construção do estádio. O que Costinha se calhar pretendia dizer é que talvez as pessoas ligadas ao futebol devessem ter uma palavra a dizer sobre determinadas questões que os arquitectos e engenheiros, por muito competentes que sejam, desconhecem.
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