quarta-feira, agosto 31, 2011

Internacionalizações

Para quem observa este fenómeno das selecções nacionais de uma forma um pouco distante não se dá conta da evolução que se deu neste âmbito nos últimos anos. No passado, quando um jogador passava dos cinquenta jogos, dava direito a figurar numa galeria de notáveis. Hoje e ao ver o mapa para este jogo com o Chipre pode verificar-se que há cinco jogadores com mais de cem internacionalizações em todos os escalões e mais dez cujo número passam as cinquenta. A nível só da Selecção AA, dois jogadores já chegaram às 75. Cristiano Ronaldo com 82 caminha  a passos largos para daqui a dois/três anos poder atingir o número recorde de Luís Figo e Ricardo Carvalho fez a sua 75ª internacionalização no jogo com o Luxemburgo. Prestes a atingir em breve as cinquenta encontram-se Bruno Alves, Raul Meireles, Helder Postiga e Nani. Números impressionantes que revelam a intensa actividade das selecções nacionais nestes últimos anos, processo que começou essencialmente nos anos noventa e que tem tido continuidade crescente neste novo século.

De partida

Hoje pelas 16.00 horas, após um último treino nesta manhã, a Selecção Nacional partirá para Chipre, para um dos três últimos jogos oficiais, todos difíceis, todos decisivos. Difíceis sobretudo porque a margem de manobra resume-se a zero e no futebol nunca se sabe o que vai acontecer. A diferença entre os valores individuais são acentuadas mas isso muitas vezes pouco conta e a história do futebol, e da Selecção Nacional, está cheia de episódios que contrariam esses factos. A vontade, a determinação, o querer e a concentração são os aspectos fundamentais em qualquer jogo por mais facil que pareça. Por isso a forma como este jogo vai ser encarado será determinante e nesse campo estou convicto que todos irão fazê-lo de uma forma muito séria, como foi o caso do último contra o Luxemburgo. Agora será a doer e a contar.

terça-feira, agosto 30, 2011

Eleonor Tavares

Durante os campeonatos mundiais de atletismo, a decorrerem em Daegu, uma jovem, elemento da nossa selecção, saltadora à vara, antes e depois da sua participação, foi entrevistada pela RTP. Chama-se Eleonor Tavares. Não tenho nenhum constrangimento contra qualquer atleta que possuindo nacionalidade portuguesa integre as selecções nacionais seja de que modalidade for. O futuro se calhar passará por muitos destes jovens, emigrantes, de 2ª e 3ª geração que queiram vestir as nossas camisolas. No entanto o que me chamou mais a atenção foi o facto da jovem ter sido entrevistada em francês. Continuo a achar que se não sabe falar bem português talvez seja melhor expressar-se na língua que melhor fala. Tudo bem. No entanto o que eu gostaria de saber era se fosse um futebolista que estivesse nessa situação esta questão passaria tão facilmente como no caso desta jovem, simpática por sinal? Cairia o Carmo, a Trindade e a Tavares.

Os treinos



Neste início do curto estágio com vista ao jogo com o Chipre, na próxima sexta-feira, em Nicósia, o facto mais saliente foi a presença do grande número de público da região que não quiseram perder a oportunidade de observar os jogadores mais importantes do país. Aliás, este treino, foi o único aberto ao público sendo os próximos fechados, no intuito de permitir uma maior intimidade entre os seleccionados e equipa técnica de forma a montar a estratégia para o jogo. A partir de hoje só quinze minutos para a comunicação social em mais três sessões em Portugal. Depois, e antes do jogo, só haverá um treino no estádio do jogo.


segunda-feira, agosto 29, 2011

Sub/21

Neste momento os jovens portugueses da selecção Sub/21 estarão em viagem para a Alemanha, onde farão escala em trânsito para a Moldávia. Na próxima quinta-feira terão o seu primeiro jogo oficial de qualificação para o Euro 2013, em Tiraspol, na chamada Transnístria, questão que abordei aqui com alguma curiosidade há uns meses atrás. No entanto não é dessa questão que quero falar mas da evidente subida de qualidade, em termos de divisão, dos clubes a que estes jovens hoje pertencem em relação aos da época passada. Sem desprimor para esses clubes, houves jogadores convocados do Tourizense, Fátima, Pinhalnovense, Pampilhosa e de outros das 2ª e 3ª divisões. Após alguns jogos de preparação bem conseguidos na última época, esses jovens fazem hoje parte de clubes de outra dimensão o que demonstra mais uma vez que as selecções deste patamar são um veículo fundamental de promoção destes jovens, tendo em atenção a malha apertada que os envolve e o facto de normalmente serem preteridos em favor de outros jogadores com outro local de nascimento.

Chipre

Foto: Francisco Paraíso

Daqui a algumas horas terá início o estágio da Selecção Nacional "AA" para o jogo com o Chipre, de qualificação para o Euro 2012. Decisivo como têm sido todos os outros, e serão os futuros, desde que aconteceram aqueles não esperados resultados com Chipre e Noruega na primeira dupla jornada. Foi aliás com Chipre o mais inesperado de todos, em casa, por 4/4, algo surpreendente para o mundo do futebol e que condicioinou todo o resto da qualificação. Um dia se esceverá direito sobre esses momentos. No entanto já li nalguma imprensa que o próximo jogo de Chipre, e também o da Islândia, serão jogos fáceis e nessa perspectiva, logicamente com facilidade se resolverão. Obviamente que não estou de acordo. Não está em causa a qualidade dos nossos jogadores e da nossa equipa e da sua superiodade individual sobre os representantes de Chipre. O que está em causa é que é um jogo de futebol, e naturalmente como os resultados não são combinados, todos querem ganhar. A acrescentar a este facto há jogadores portugueses com poucos jogos nas pernas e portanto ainda pouco rodados. Se acrescentarmos a isto a humidade e a temperatura, bem altas nesta altura do ano, e a vontade, sempre grande, dos cipriotas em ganhar, vê-se, calcula-se, que não será fácil. A história valendo o que vale, diz-nos que em Chipre, em quatro jogos houve quatro vitórias, duas pela margem mínima e duas por dois golos de diferença. No entanto também antes do jogo de Setembro de 2010, existiam quatro vitórias em casa com 15/0 em golos e nesse jogo Chipre marcou quatro. A margem de erro continua no zero e por isso todos os cuidados serão poucos.

domingo, agosto 28, 2011

Supertaça Europeia


Não há dúvida que o FC Porto teve um belo desempenho nesta final europeia. Claramente prejudicado pelas mudanças do mercado, com a saída de Falcão e Álvaro Pereira e sabe-se lá o que  ainda irá na cabeça de outros, o clube português apresentou uma estratégia que baralhou durante algum tempo os catalães, faltando-lhes uma pontinha de sorte no jogo. Independentemente do penaltie não marcado e de uma ou outra diabrura do árbitro, com prejuízo dos portistas, não há dúvida que o Barcelona, é hoje, reconhecidamente, a melhor equipa do mundo e só muito dificilmente alguma equipa, em situação normal, lhe ganhará. Ao grupo que no ano passado praticamente tudo venceu, acrescentaram este ano Fábregas e Alexis, dois jogadores que são um complemento de enorme qualidade para qualquer falha, castigo ou lesão, durante a época. Além deles surgirão ainda da cantera dois ou três jovens de grande qualidade - como Thiago Alcántara - para se começarem a integrar naquele diabólico sistema de jogo. E esse modelo e essa estratégia de clube é que torna os catalães num enorme exemplo para todos os clubes do mundo, dado que primeiro olham para dentro e só depois partem para adquirir algo que complemente o que já têm. Baixam os custos, os investimentos são relativamente baixos e estão prontos para ganhar tudo de novo. E as línguas oficiais da equipa são o catalão e o castelhano. Bravo.

La Liga

O jornal "A Bola" de ontem publicou um artigo com uma lista de jogadores portugueses que vão participar na Liga de Espanha. São vinte os atletas portugueses, dezasseis dos quais internacionais "AA", se bem que dois, Tiago e Miguel, já fora das opções do seleccionador por vontade própria. A este número também se poderiam acrescentar Pizzi, Julio Alves, Saná e Diogo Salomão, como jogadores de grande futuro, os últimos na segunda divisão mas ao serviço de bons clubes, particularmente Salomão num grande de Espanha, o Corunha. É um número que já impressiona e com esses jogadores já se poderia fazer uma Selecção Nacional de enorme valor. Aliás, perto de metade da Selecção Nacional já vem de Espanha. Estou até convicto que nos próximos tempos mais sairão para o campeonato vizinho. Não há lugar por cá, parte-se para outros locais. A diáspora do futebol vai crescendo um pouco por todo o mundo.

sábado, agosto 27, 2011

Platini

É notória a dificuldade que desde sempre Michel Platini, Presidente da UEFA, tem sempre que se refere a Portugal e aos clubes portugueses. Por vezes tem sido inoportuno na forma como analisa a globalidade do do futebol português. Até se admite que muitas vezes tenha razão no que diz mas existe sempre uma palavrinha negativa a mais para os portugueses. Em entrevista ao jornal "O Jogo", o jornalista, oportuno, salientou-lhe isso e ele que respondeu que as palavras que dirigiu ao FC Porto,  também o fez em relação ao Inter de Milão e outros, a propósito dos estrangeiros nas suas equipas. Não me lembro, mas dou-lhe o benefício da dúvida. O que verdadeiramente não gostei da entrevista foi quando respondeu nada poder fazer quanto ao número de não nacionais nas equipas de futebol de clubes. Platini, enquanto Presidente da UEFA, tem assento no International Board, instituição que determina as alterações nas leis do jogo e propõe aquelas que julgam ser úteis para o desenvolvimento da modalidade, ou simplesmente nada faz quando se mete pelos olhos de todos que algo deveria ser feito. Compreende-se a sua reserva pública sobre o assunto mas não se pode acusar continuamente os clubes e os seus dirigentes, quando aparentemente nada se faz para modificar a situação.

Competições europeias


Não foi uma jornada bonita e profícua para os clubes portugueses presentes nos play-off da UEFA. Com excepção do Benfica que teve uma prestação bem acima da média, vencendo e convencendo, todos os outros não tiveram jogos fáceis e com resultados muito positivos. Salvaram-se as qualificações do Braga e Sporting, as duas quase in extremis, com sofrimento exagerado e desnecessário para os seus adeptos. Nos qualificados, as duas equipas portuguesas acabaram por tornar difícil o que poderia ser fácil dada a fragilidade dos seus adversários. Quanto ao Vitória SC e ao Nacional, deixaram uma pálida imagem do nosso futebol, parecendo-me que a grande quantidade de estrangeiros, a maioria com qualidade muito discutível, não trazem nada de novo ao nosso futebol. Após os sorteios das duas competições não se pode dizer que tenha saído a fava a nenhum clube português para as fases de grupos, esperando-se por isso a continuidade de todos para a fase seguinte de ambas as competições.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Sem Abrigo



O Mundial dos Sem-Abrigo, apoiado pela UEFA, arrancou no passado domingo, em Paris, junto à famosa Torre Eiffel.
A nona edição do torneio decorre entre 20 e 28 de Agosto no Champ de Mars e, envolvendo 64 equipas formadas por pessoas desfavorecidas, sublinhará a capacidade do futebol para promover a melhoria e a integração da sociedade.
Os objectivos deste evento de futebol de rua, disputado por equipas de quatro jogadores, passam por combater a exclusão sofrida pelos sem-abrigo, dar-lhes um sinal de esperança para mudarem as suas vidas e chamar a atenção da sociedade para os problemas da exclusão social, por todo o mundo.
Os participantes recuperam a auto-confiança e há estudos que mostram que mais de 70% dos jogadores melhoraram as suas vidas após a participação na prova.
Na sua preocupação com a responsabilidade social, a UEFA apoiou o Mundial dos Sem-Abrigo desde o início, e o torneio cresceu consideravelmente desde a sua primeira edição, em Graz, no ano de 2003.
Mel Young, criador e director da iniciativa, disse: “O evento cresceu para lá das nossas maiores expectativas. Nunca sonhámos que viríamos a fazer jogos ao lado da Torre Eiffel, ou a fazer o sorteio no Stade de France, ou sequer jogar no Champ de Mars com 64 equipas. Mas acho que o principal é o impacto que tem na vida dos jogadores: estão a mudar graças ao futebol.”
Emmanuel Petit, embaixador do torneio, concordou: “O mais importante é o impacto social que esta prova pode ter. Tira as pessoas da rua, para que elas possam recuperar uma certa dignidade, através de regras e estruturas bem definidas. O desempenho em campo é importante, mas no que estamos concentrados, mesmo, é no impacto social.”
A cerimónia de abertura, no domingo, envolveu 800 pessoas, representando 53 países, com 48 equipas masculinas e 16 femininas a desfilar pelas ruas da capital francesa, do Trocadéro ao local do torneio, o Champ de Mars, ao som de tambores, sorrisos e músicas de todo o mundo.
No seu discurso de abertura, Petit disse esperar “que esta semana seja memorável para todos, pela competição e pelo futuro. Declaro aberto o Mundial dos Sem-Abrigo.”
A competição começou em alta, com a equipa anfitriã a defrontar, no jogo de estreia da classificação masculina, num dos três campos existentes, a selecção de Portugal, nº 1 do ranking mundial, com os lusos a vencer por 8-5. Mas o ânimo dos adeptos da casa melhorou logo a seguir, com a vitória da selecção feminina sobre o Paraguai, por 6-4.
Destaque, também, para países menos conhecidos, como a Palestina e o Quirguistão - este último a conseguir frente à Coreia do Sul o melhor resultado do dia, uma vitória por 19-0.

Pouco interessará os resultados da nossa equipa mas sim todo o trabalho de ordem social que as instituições de suporte a estas iniciativas vão fazendo na integração social dos seus componentes.

O último bastião


Santos Neves, de "A Bola", publicou um excelente artigo sobre o tema, agora em discussão na praça pública, do não aproveitamento, em Portugal, dos jovens jogadores portugueses, prometendo ainda vir de novo ao asssunto em próxima oportunidade. Também Bagão Félix, no mesmo jornal, como defensor acérrimo do seu clube, o Benfica, aborda o tema, estranhando a não aproveitamento dos nossos valores. Falei destes artigos como poderia ter falado de outros que nos últimos dias têm sido escritos de uma forma aberta na nossa comunicação social sobre o mesmo tema. Por isso é cada vez mais importante que as nossas selecções assumam posições de relevo competitivas e que internamente se tracem novos e mais desafiadores caminhos com vista à obtenção de melhores resultados. Formar jogadores, o que desde sempre se tem conseguido, mas também ganhar, porque sem vitórias ou lugares de relevo, dificilmente movimentos como este surgirão e deles se aproveitarão algo. A partir de agora terão de ser as instituições responsáveis a tomar a palavra e a partir para soluções concretas. "Equipas B"? Campeonatos Primavera? Obrigatoriedade de número de portugueses nas fichas de jogo? Seja o que for, terá de se fazer algo para mudar o rumo à situação actual. Como me dizia um amigo meu antes da final de Bogotá. "As selecções nacionais são o último bastião de defesa do jogador portiguês". É verdade e acrescento ainda, "e se calhar o único".

quinta-feira, agosto 25, 2011

Uma história portuguesa




Uma pequena nota de Nuno Rogeiro, na "Sábado", sobre a Selecção Nacional Sub/20, o País,  a determinação e a  vontade, que merece ser lida, dada a forma pouco futebolística como é escrita mas realçando nestas poucas linhas uma visão de grande objectividade e limpidez.

Outros futebóis

 A Selecção Nacional de Futebol Feminino encontra-se em preparação para a fase de qualificação do Euro 2013, disputando dois jogos com a Turquia. O primeiro jogo decorreu anteontem nas Caldas da Rainha, com o resultado favorável a Portugal por 2/0. Hoje, novo jogo, desta vez em Rio Maior, pelas 11.00 horas. Por sua vez a Selecção "Sub/19" Feminina, jogará amanhã, em Óbidos, pelas 17.00 horas, o primeiro de dois jogos de preparação para o Euro da categoria, com a Irlanda do Norte. O segundo terá lugar dia 28, pelas 17.00 horas, em Rio Maior.


Está prestes a arrancar o Mundial de Futebol de Praia que decorrerá em Itália de 1 a 11 de Setembro. Porugal apresentar-se-á mais uma vez como uma das equipas favoritas. Pela leitura dos resultados das diversas competições em que a Selecção Nacional tem participado recentemente, nota-se uma evidente aproximação entre as diversas equipas e o domínio acentuado do Brasil poderá ser atenuado porque existem algumas equipas com muita vontade e qualidade para chegar ao topo. Vamos acompanhar este evento com atenção esperando que a Selecção Nacional consiga atingir um dos lugares do podium.

01/09 15:30 Ravenna - Argentina - Omã

01/09 20:00 Ravenna - El Salvador - Portugal
03/09 17:00 Ravenna - Portugal - Argentina
03/09 20:00 Ravenna - Omã - El Salvador
05/09 17:00 Ravenna - Portugal - Omã
05/09 20:00 Ravenna - El Salvador - Argentina

quarta-feira, agosto 24, 2011

Balanço



É altura de se fazer um pequeno balanço da nossa participação no mundial de Sub/20. Pouco, muito pouco, se falou desta equipa antes da sua partida, e também poucos, muito poucos, acreditavam que seria possível atingir o resultado conseguido. Como habitualmente, fazendo eco de uma estratégia instalada por alguns, felizmente poucos, comentadores e jornalistas, surgiram algumas notícias sobre a inércia da formação da FPF, como se tratasse de uma verdade absoluta, e na sequência dessa lógica, não dando o devido relevo a estes jovens e aos seus treinadores. Em primeiro lugar convém esclarecer que a base da formação no futebol são os clubes, sendo o seu complemento de ordem internacional organizado pela FPF. Desde 1991, até este momento, têm crescido os números de participação das selecções nacionais, quer em competições oficiais, quer em jogos de preparação, quer mesmo em treinos. Os resultados internacionais,  é um facto, por força da alteração das fórmulas competitivas europeias e sobretudo pelo aumento de estrangeiros nas nossas equipas de clubes, não têm atingido os níveis dos anos oitenta e noventa. No entanto, e dado que os grandes clubes parecem estar numa fase de alteração da sua estratégia em relação aos estrangeiros, será possível prever a curto prazo uma melhoria da qualidade dos nossos atletas, beneficiando desse modo as respectivas selecções. Apesar dessas condicionantes atrás apontadas, a selecção nacional "AA", no topo da pirâmide, continua bem situada no ranking mundial. Se pensarmos que a formação é um fim em si mesma, de facto, as coisas não têm corrido como pretendíamos, se pelo contrário entendermos que a formação tem como objectivo final o aparecimento de jogadores na selecção principal, como achamos ser estrategicamente o mais justo e correcto, então o trabalho tem sido bem acima da média, atendendo à nossa limitada base de recrutamento e à falta de meios de treino que outros países mais ricos que nós possuem. Neste preciso momento, a selecção "Sub/17" encontra-se em Inglaterra a preparar um torneio de preparação para a primeira fase do europeu. Já nesta semana começarão os Sub/16 e de seguida os Sub/18 e os Sub/19. Ao inverso dos que dizem que este problema do jovem jogador português é uma questão "estrutural", da FPF, claro, eu diria que é uma situação "conjuntural", criada por quem na realidade não aproveita o que forma e no que investe, dando mais valor ao que vem de fora do que aos portugueses por si próprios formados. Apesar de tudo uma discussão a continuar desde que seja efectuada de forma séria.

Se fosse no Brasil

"Se jogassem no Brasil, já estariam nas equipas principais dos seus clubes", palavras de Ney Franco, seleccionador brasileiro, a propósito de Nelson Oliveira e Rodrigo, no jornal "O Jogo" de ontem. Esta mentalidade tem muito a ver com o pensamento dos treinadores e dirigentes brasileiros que vêm nessa estratégia uma forma de rentabilizar os seus activos, lançar jovens com valor, e como clubes formadores que são, sabem que os pondo a jogar é sempre o meio fundamental de os promover. Por aqui pensa-se e faz-se o contrário.

terça-feira, agosto 23, 2011

Colômbia



Este país sul-americano ficará para sempre ligado à história do futebol jovem português. Decorrerão os tempos e recordar-se-á sempre que foi em Cali, Cartagena, Medelin e Bogotá, que Portugal foi sempre apoiado por um povo hospedeiro, muito simpático, acolhedor e carinhoso. Não ganhámos o título, somos porém vice-campeões do mundo, e perante todos os colombianos demos exemplos de coragem e abnegação que foram correspondidos por manifestações de grande simpatia como o comprovam o extraordinário acolhimento à chegada ao hotel após a final. Até um dia destes Colômbia e obrigado.

Bonito de se ter visto



Após a final do mundial Sub/20 acompanhei a conferência de imprensa de Ilídio Vale. Estava bem amargurado e repetia antes de entrar na sala que o resultado fora uma injustiça. Todos o sentimos aliás, no entanto naqueles momentos temos sempre de ir buscar forças onde elas parecem já  não existir. Foi o que aconteceu e o seleccionador português deu a volta aos seus sentimentos e respondeu adequadamente a todas as perguntas vincando no entanto o seu pensamento inicial. Foi uma conferência de imprensa pacífica e amigável. No final, os jornalistas presentes, nas sua maioria estrangeiros, despediram-se do treinador português com uma tremenda ovação e alguns deles em pé, pretendendo dizer com essa atitude o quanto gostaram da exibição e comportamento da nossa jovem selecção. Com tantos anos de selecção e presente em tantas grandes competições internacionais nunca tinha visto igual. Não foi só Ilídio Vale que se comoveu.

segunda-feira, agosto 22, 2011

Obrigado miúdos


Pelos momentos de grande coragem, querer, determinação e vontade que nos proporcionaram nestes meses de Julho e Agosto. Pela forma corajosa como cairam perante um adversário tão poderoso, sem nunca deixar de acreditar, até ao último momento. O país deve estar orgulhoso. Este é o caminho que todos devemos seguir se quisermos vencer a crise ou as crises instaladas. Lutar sempre acreditando que é possível vencer. Agora vem aí outra fase das suas carreiras, os Sub/21, e para alguns, quem sabe, daqui a poucos anos, outros mundiais, lembrando que do mundial de 2007, que correu muito mal, Rui Patrício e Fábio Coentrão, são hoje titulares da Selecção "AA".

Estou de acordo


Qué noche la de anoche!

Fue una linda despedida de 'nuestro' Mundial Sub-20, la que anoche vivimos en Bogotá.

Se acabó con dos partidos interesantes, entretenidos y con su alta dosis de drama.  Fue una linda despedida con un estadio El Campín tripulado por 36.058 hinchas felices y gozones, los que anoche hicieron por décima vez, en 23 días, un carnaval de fútbol, 'olas', vuvuzelas, caras pintadas, pelucas, camisetas amarillas, bailes y cánticos... No importó la lluvia ni el frío: lo que importaba era disfrutar de esta fiesta inolvidable.
Anoche, Bogotá despidió a nombre de todo el país, a nombre de Barranquilla, Medellín, Cali, Cartagena, Armenia, Pereira y Manizales, este jolgorio de tres semanas imborrables en nuestra historia.
Fue una noche en la que el estadio vibró orgulloso con la ceremonia de clausura, limpiecita, con perfume internacional y sabor a guayaba y arequipe; una ceremonia simple, pero bonita, medida, sin lujo extremo, pero con gusto. Breve y bien lograda.
¡Bien hecho!  ¡Qué noche la de anoche! México se jugó la vida por subir al podio y bajó del tercer lugar a Francia, que le empezó ganando con el gran partido del calvo Enríquez y de Édson Rivera. El equipo que eliminó a Colombia salió aplaudido por los hinchas. ¡Gran gesto!
Y en la final, el espectacular comienzo de vértigo, el golpe de Portugal, el susto de Brasil, los errores de los arqueros al regalar tres goles (y eso que fueron, de lejos, los dos mejores del campeonato), el ingreso de Dudú en Brasil, las corridas de Oliveira en Portugal, el 2-2 para el extratiempo de pulmones en la boca y calambres en el alma y el ¡GO-LA-ZO!, repito, el ¡GO-LA-ZO! de Óscar, el mejor jugador del último partido del Mundial, para el 3-2 de Brasil, para comenzar así su carnaval por el título, para terminar así nuestro carnaval del Mundial. ¡Qué noche la de anoche!

GABRIEL MELUK - EDITOR DE DEPORTES EL TIEMPO

domingo, agosto 21, 2011

Mano Meneses e Caetano


Mano Meneses, seleccionador brasileiro, que viu o jogo ao nosso lado, resumiu o jogo a esta pequena frase: "O jogo ficou decidido nos pés de Caetano". Uma análise simples, de quem sabe da poda e que reflectiu o momento do jogo. Injusto naturalmente para o pequeno jogador português que criou a maior ocasião do jogo  mas que não conseguiu concretizá-la. A velha e eterna máxima do futebol - quem não marca, sofre - em toda a sua extensão e precisão. Custa sentir que poderia ter sido outra a decisão final caso esse lance resultasse em golo, mas não é menos verdade que também outros falharam de um lado e do outro. No entanto esse deve ter sido "o momento". Acontece sempre em todos os jogos. Numa final espectacular, com todos os ingredientes que envolvem um jogo de futebol, os jovens jogadores de ambas as selecções estiveram à altura do momento. Dignificado o futebol de ambos os países, resta pensar o futuro e começar a preparar a equipa que vai estar presente, assim o desejamos, em 2013. Portugal não deve nunca perder a presença nesta competição. Para o futuro do seu futebol, dos seus jogadores, esta é uma prova finalizadora de um processo de formação que começa nos sub/14 com o torneio inter-associações e que deverá terminar estrategicamente nesta idade com a presença no mundial. Perder uma final é doloroso, mas muito mais doloroso é lá não estar, que o digam a Espanha, França, Argentina, Uruguai, México, Inglaterra e todas os outros que ficaram nos seus países...

Orgulho



É com extremo orgulho que se olha para o percurso desta selecção Sub/20 após terminar a competição. Na minha opinião foi com injustiça que se perdeu esta final. Apesar de praticamente entrar a perder, a equipa uniu-se e depois de conseguido o empate alcançou a superiodidade no marcador. Podia ainda ter feito o 3-1 e acabou por consentir o empate num momento em que já se olhava para a taça. Finalmente após ter desperdiçado uma ocasião soberana sofre o golo que selou a derrota de uma forma pouco normal. Uma excelente final marcada da parte de Portugal pelas lesões de Cédric e Saná que condicionaram em muito toda a estratégia do treinador. Para quem dizia que esta competição não tem intensidade, falta de informação e de falar do que não se sabe, o que se pode explicar é o facto de se terem disputado sete jogos num espaço de dias tão curto, com prolongamentos e desempates por penalties pelo meio, desgastando as duas equipas, não só fisicamente mas também emotivamente, culminando numa final disputada a 2.700 metros de altitude que prejudicou claramente todos os jogadores em campo. Alargar o tempo da competição com mais tempo de recuperação entre jogos é uma medida a ter em conta de futuro . Um tema a rever pela FIFA.

sábado, agosto 20, 2011

Repetição


Que esta imagem de Danilo no primeiro golo de Portugal contra a França se possa repetir hoje na final com o Brasil e que nos ajude a alcançar a desejada vitória. Não irá ser como se compreende um jogo fácil dado que o adversário é o Brasil, a pátria do futebol actual. Em qualquer circunstância os brasileiros são uma equipa poderosa, mas tal como em 1991, a vontade e a determinação dos jovens portugueses pode levar de vencida a forte história e a tradição dos brasileiros. Aguardemos com ansiedade esse momento com a  certeza que tudo irá ser feito para se levar a taça para Portugal.




Competições europeias



A participação dos clubes portugueses nesta primeira ronda das competições europeias trouxe preocupações acrescidas à sua maioria. Com os nulos no exterior do Benfica e Sporting alimentam-se sérias esperanças de continuidade nas respectivas provas. Já o Braga, Vitória de Guimarães e Nacional, estão perante uma segunda mão bastante difícil. O Braga, com responsabilidades na prova, bem como o Nacional, deixaram os seus adeptos com os nervos à flor da pele, dado que partem para a Suiça e Inglaterra, sem nenhuma vantagem a não ser o facto de não terem sofrido golos em casa, pelo que empates com golos lhes dará a qualificação. Já o Vitória terá vida bastante difícil embora não impossível, perante um adversário com mais nome, projecção e qualidade. Está tudo em aberto mas esta primeira mão foi um pouco decepcionante, claramente abaixo das possibilidades dos nossos clubes, embora só no fim é que façam contas. Vamos esperar e desejar as reviravoltas necessárias para todos prosseguirem em prova.


sexta-feira, agosto 19, 2011

Basquetebol



Parabéns ao basquetebol português pelo facto de se ter apurado pela segunda vez para o Europeu da modalidade. Sem dúvida um êxito de grande mérito dos jogadores, Federação e equipa técnica. O basquetebol que tem sido invadido por jogadores estrangeiros tem sabido resistir e tem mantido uma boa base na sua formação que lhe permitiu atingir este difícil objectivo. No europeu as hipóteses de sucesso serão seguramente mais difíceis, mas uma participação deste tipo traz sempre algo de bastante positivo ao desenvolvimento da modalidade e no crescimento competitivo dos jogadores.

Diferença de ideias ou ideias preconceituosas?

“Este êxito da Selecção de Sub-20 aparece em contraciclo, quando as equipas mais representativas estão enxameadas de jogadores estrangeiros. Não é face visível de avanços estruturais; é um êxito meramente conjuntural” e mais adiante: “Muitos dirão, com a euforia que se gera nestes momentos que o “futebol português” está vivo. Ao invés, está quase morto.”
 Rui Santos, in: Record

“Mas quem quer que tenha visto ontem a meia-final com a França e à tarde tenha tido a possibilidade de observar a forma como os sub-19 de Sporting ganharam por 3-0 ao Liverpool em Anfield Road, na abertura da edição experimental da “Champions” para este escalão, não pode senão ficar descansado a respeito do trabalho que está a ser feito na formação em Portugal.”
António Tadeia, in: O Jogo

Ora aqui está como dois acontecimentos podem ser observados de ângulos tão distintos. Sem apesar de tudo colocar em causa algumas das questões que Rui Santos levanta, o seu artigo é um hino ao pessimismo que não assenta em bases concretas e reais. É o princípio do bota-abaixismo tão em voga no nosso país e que tem feito carreira nalguns órgãos de comunicação social. Não só a propósito do mundial sub/20, mas também da formação e da FPF. Dizer que as vitórias são as faces visíveis dos avanços estruturais ao contrário da prestação dos sub/20 que é conjuntural, é atirar areia para os olhos dos mais incautos. Num país de 10 milhões de habitantes, menos que Barcelona e Madrid juntas, menos oito milhões que São Paulo, e ao nível de uma Paris ou Londres, estar ao nível dos melhores, seja de clubes ou selecções, é porque não somos avançados estruturalmente? Olha se o fossemos? Ganhávamos todos os anos a Champions e seríamos sempre campeões da europa e do mundo em todas as categorias e em todas as competições. Quanto a António Tadeia não me surpreendeu o seu artigo dado ser um jornalista atento, cuidadoso e sobretudo isento e não preconceituoso.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Transparência

Este será sempre um delicado tema quando se trata de qualquer tipo de instituições ou empresas. Quando se fala de instituições, como a FIFA o é, tão ou mais poderosas que muitos Estados, o assunto torna-se mais difícil de gerir. A FIFA, como as Confederações, o COI e outras do mesmo tipo, são instituições sujeitas a uma grande visibilidade e interesses extraordinários sempre que têm de decidir algo como a atribuição de provas aos países. Existe sempre um cheirinho, poucas vezes confirmado, muitas vezes falado ainda que quase em surdina, de corrupção ligado às decisões finais. A FIFA, no sentido de contrariar essa tendência, analisou e apreciou o relatório da Transparência  Internacional, cujo resultado aqui deixo:

A entidade que rege o futebol mundial leu com grande interesse o relatório Safe Hands: Building integrity and transparency at FIFA ("Em boas mãos: fortalecendo a integridade e a transparência na FIFA"), documento publicado nesta terça-feira pela Transparência Internacional (TI) contendo recomendações sobre governança corporativa e conformidade.
O presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, que acolhe e reconhece a contribuição da TI, afirmou que, especialmente após o Congresso realizado no dia 1º de junho de 2011, a FIFA permanece comprometida com a tarefa de aperfeiçoar a sua organização, concentrando-se no aumento da transparência e agindo com tolerância zero contra toda e qualquer forma de corrupção.
Neste contexto, a FIFA tem a satisfação de observar que muitas das práticas e recomendações feitas no relatório da TI já foram adotadas pela entidade, enquanto outras foram aprovadas pelo Congresso deste ano e serão implementadas nos próximos meses.
O Comitê de Ética agiu com rigor contra os dirigentes que foram condenados por violarem o Código de Ética da FIFA, tanto no processo relativo ao anúncio das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022 quanto no da eleição presidencial de 2011. Nos últimos meses, dirigentes de primeiro escalão (membros do Comitê Executivo e presidentes de confederações e associações) foram supensos por períodos que variam de um ano ao total banimento do esporte.
A FIFA adotou medidas importantes na luta contra a manipulação de resultados e a corrupção, como a fundação da subsidiária Early Warning System GmbH e a assinatura de um acordo com a Interpol para financiar a criação de uma Ala de Treinamento Anticorrupção dentro do Complexo Global da Interpol em Cingapura. O objetivo é prevenir a ocorrência de fraude em jogos de futebol e oferecer capacitação na matéria à comunidade futebolística.
Em relação à transparência nas suas atividades, a FIFA publica no site oficial FIFA.com todos os seus relatórios, as circulares enviadas às associações-membro e as principais decisões tomadas pelos Comitês Executivo, de Ética e Disciplinar. De forma semelhante, os Estatutos da FIFA, o Código de Ética e o Código Disciplinar — que estabelecem as regras de conduta para todos os integrantes da família do futebol — são todos documentos públicos, assim como o Relatório Anual de Atividades e o Relatório Financeiro. Este último é preparado em conformidade com as Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS na sigla em inglês) e fornece informações exaustivas sobre as receitas e despesas da FIFA.
Além disso, o presidente da FIFA declarou publicamente em outubro de 2010 que a entidade não irá tolerar nenhuma forma de corrupção no futebol. Embora reconheça que ainda reste muito a fazer, a FIFA está convencida de que as medidas implementadas e o rumo adotado ajudarão a fortalecer ainda mais a governança da entidade, em colaboração com o Comitê Executivo, associações-membro, confederações e demais parceiros.
É um bom princípio discutir estas questões desta forma. Vamos a ver se não será só fumaça. Uma coisa tenho gostado ultimamente e refiro-me à arbitragem do mundial sub/20. Não vi, por enquanto, filhos e enteados.

Esta equipa não tem os talentos de 89 e 91!



Palavras do comentador da RTP a rematar a sua intervenção após o jogo. Tristemente à portuguesa. Quem conhecia os talentos da equipa de 89 no momento que se ganhou em Riade? Analisar à distância de 23 anos e perante as extraordinárias carreiras posteriores de alguns desses jogadores, será um método razoável de análise para comparar estas selecções? Não me parece. E será que alguns destes jovens não poderão vir a ter uma carreira com o mesmo ou eventual maior sucesso? Acho que podem. Destacar alguns seria extremamente injusto porque há muita qualidade em muitos deles. Em 1989 chegámos à final com 4 golos marcados mas três sofridos. Nessa altura só haviam 16 equipas em jogo, hoje são 24. Portanto chegámos às duas finais realizando menos um jogo do que actualmente. Se não querem elogiar pelo menos não amesquinhem. Os nossos miúdos foram gigantes e mostraram ao País que depois do Uruguai, Camarões, Nova Zelândia, Guatemala, Argentina e França, estão aí para a final e para lutar pelo título. 20 anos depois. Que belo momento para o nosso futebol, clubes e associações, e para a FPF. Parabéns a todos que lá estiveram e para todos os que trabalharam para isto e que foram muitos ao longo destes últimos anos.

quarta-feira, agosto 17, 2011

Mais logo


Daqui a cinco horas a Selecção "Sub/20" vai disputar com a França, campeã europeia de sub/19 de 2010, a possibilidade de atingir a final do mundial da Colômbia. É um feito notável o que estes jovens jogadores, a sua equipa técnica liderada por Ilídio do Vale e que integra ainda os técnicos da FPF, Rui Caçador, Pedro Espinha e Hélio Sousa, e a restante estrutura, conseguiram para o futebol português. Olhados de lado, quase empurrados para um canto, enquanto trabalhavam arduamente no Jamor e mais tarde no Panamá, com o apoio total e sério da FPF, esta equipa tem demonstrado que a dedicação, vontade, trabalho, querer e competência, não faz milagres mas ajuda e muito a atingir o sucesso e o topo. Vamos acreditar, e torcer para que a meta da final seja alcançada. Depois logo se verá. Vai daqui um abraço sincero para todos os que estão na Colômbia.


Champions League Feminina


A SU 1º Dezembro, a jogar em casa, perante o MTK da Hungria, não foi capaz de vencer e ultrapassar este difícil obstáculo permitindo assim o apuramento da equipa israelita do Asa de Telavive. "Vou perder oito jogadoras esta época, sete que vão para o estrangeiro e uma que terminou a sua carreira, pelo que teremos de construir uma equipa nova, isto sem falar nas dificuldades estruturais do próprio futebol feminino que nos afectam a todos" disse-me Nuno Cristóvão, treinador do 1º Dezembro, desiludido e triste pela não qualificação. Pelo que vi, a equipa húngara, mais evoluída técnicamente, poderia facilmente ter chegado ao golo em quatro ocasiões desperdiçadas infantilmente durante o primeiro período do jogo. Na segunda parte, o 1º Dezembro foi claramente superior e só por manifesta infelicidade não conseguiu o desejado golo. Foi pena, mas o caminho é só um, trabalhar sempre mais e cada vez melhor. Começar a formação e a competição cada vez mais cedo envolvendo nesse esforço, os clubes, as Associações e a Federação. Doutro modo não atingiremos o patamar seguinte que a qualidade técnica e sobretudo a garra, dedicação e querer das jogadoras merece. Parabéns ao entusiástico público da zona de Lisboa e Sintra que apoiou a equipa portuguesa até ao fim, dedicando-lhes no fim uma enorme ovação de carinho e satisfação pelo que viram.

terça-feira, agosto 16, 2011

Excelente



Do ponto de vista técnico, emoção e espectáculo, o Brasil/Espanha, de Sub/20, da noite de domingo para 2ª feira, foi um jogo de enorme qualidade. Com condições atmosféricas adversas, as duas equipas entregaram-se ao jogo de uma forma aberta e decidida. Não é normal nestes escalões assistir-se a jogos com esta qualidade e com protagonistas tão evoluídos. Sabe-se ainda que o Brasil, que passou às meias-finais na disputa por penalties, deixou em casa jogadores da qualidade de Neymar e outros. Nesse país, jogadores de futebol nascem como fruta nas estradas,  não sendo preciso semeá-los, só colhê-los. A Espanha que em 2010 tinha perdido com Portugal na fase de apuramento do europeu e ganho na fase final, apresentou-se também com uma equipa muito adulta e recheada de grandes valores individuais. O futebol mundial, pelo que se tem visto neste campeonato, está repleto de futuras estrelas, prestes a desabrocharem.

Penalties


Ao longo da minha vida junto das selecções nacionais tenho tido a oportunidade de sentir toda a angústia com que os jogadores, técnicos e restante grupo de trabalho, são envolvidos quando as nossas equipas partem para os desempates por pontapés de grande-penalidades, vulgo penalties. A primeira vez foi na Hungria, 1990, Campeonato da Europa, na altura de Sub/18. Portugal/Hungria, no primeiro jogo, a eliminar, Fernando Brassard na baliza, João V.Pinto, Rui Costa, que fazia a sua estreia nestas competições, Figo, Peixe, etc.. Brassard esteve imperial e passámos. Na final, com a União Soviética, perdemos e ficámos em segundo lugar. No ano seguinte, 1991, final do Campeonato do Mundo Sub/20, em Lisboa, na final, Portugal/Brasil, 127.000 pessoas a acreditar e aconteceu. Brassard, mais um vez na baliza, Rui Costa acabou com o nosso sofrimento e fomos Campeões do Mundo. Todos Somos Portugal dizíamos então, tal como hoje chamo a este blog. Mais tarde, 2004, Estádio da Luz, Portugal/Inglaterra, Ricardo sem luvas, Eusébio a gritar para ele se atirar para a direita, lançou-se para a esquerda e defendeu. Ricardo num momento quase épico, desligou-se da realidade e sozinho assumiu o penaltie que seria de Nuno Valente. Marcou. No meio deste ambiente o Helder Postiga, para sempre imortalizado naquele gesto inacreditável, quase sobrenatural, como todos sentimos, assumiu o remate como se estivesse na playstation. Helder Postiga, inesquecível! No balneário Figo rezava. Não há explicação para esta sucessão de situações inacreditáveis. Em 2006, de novo a Inglaterra, Ricardo, ainda mais confiante, defendeu o que não se pensava ser defendável. Os ingleses choravam de tristeza, os portugueses, nós, o país, gritava e chorava de alegria. Que momentos. No sábado, em casa, assisti aos penalties dos nossos miúdos, ainda verdes neste ambiente. Nuno Reis, grande capitão, partiu decidido para a marcação levando-nos todos atrás dele e tal como Ricardo, anos antes, sabia que a noite seria nossa. Perante as nossas duas falhas, como quase sempre acontece a  alguém, o fim estava à vista. Numa decisão do realizador passa uma imagem dos jovens portugueses no meio do terreno a sentirem que estava, quase, tudo perdido, Cédric espelhava, apesar de tranquilo, esse medo e temor. Mas estava lá  Mika, tal como Ricardo e Brassard, anos antes, para dizer: "Iturbe, podes ir já para o Porto, porque nós, os portugueses, os tugas, ficamos por cá mais uns dias". E os nossos miúdos fizeram história. O país futebolístico voltou a sofrer como em 2004 e 2006. É isto que dizem ser a beleza e o imponderável do futebol, mas só é belo quando se ganha! Desculpem-me, mas apesar destes acontecimentos nos terem sido quase sempre favoráveis tenho de dizer isto: "Que se f... os  penalties, têm-me roubado anos de vida!".

segunda-feira, agosto 15, 2011

Comentários, sem comentário

Publico três comentários, dois recebidos neste blog e um no Facebook, não acrescentando qualquer comentário.

De JP, de Santarém

Conhecendo como conheço estes jovens desde os quinze anos, bem como a estima e consideração que tenho por este grupo de trabalho, é impossivel descrever os sentimentos que vivi durante o jogo e na marcação das grandes penalidades. Quando tu...do terminou estava arrasado e as lágrimas corriam em bica. Finalmente o diabo não estava atrás da porta, como nos tinha acontecido no campeonato da europa. Por tudo o que fizeram, independentemente do que vier acontecer, estamos orgulhosos do vosso comportamento. Honraram o futebol português. Um grande abraço a todo o grupo. Muito obrigado pela felicidade que me deram esta noite.

De CJ, dos Açores

Muita gente da comunicação social e não só,desrespeitou por completo a nossa rapaziada e toda a estrutura directamente ligada a esta selecção de sub-20. Antes e durante este mundial que está a decorrer na Colômbia,têm sido uma pouca vergonha de alguns senhores com responsabilidades na informação. Hoje,frente à poderosa Argentina,conseguimos o apuramento para as meias-finais do mundial da categoria,após prolongamento e grandes penalidades. Lindo!

De DE, de Lisboa

PARA CALAR A BOCA A ALGUNS XI-ESPERTOS COMENTADORES DE FUTEBOL BRILHANTISMO Ao longo dos anos, por força de alguns inteligentes que têm lugar cativo nas televisões e nos jornais que se fala nos Quadros Competitivos. Implementa-se um Quadro e logo a seguir reclama-se uma nova orgânica. Tem sido assim nestes ultimos anos. Ouço estes individuos falar e já me tenho perguntado a mim próprio se estes senhores sabem do que falam. No que diz respeito aos Quadros Competitivos do Futebol Jovem, tenho quase a certeza que esta gente nem sabe a fórmula dos mesmos, como não sabem também que os clubes, sendo estes os promotores, têm uma palavra a dizer e são estes também que têm gastos com a Formação. São estes que formam técnicos que benevolamente na maior parte dos casos se dedicam com paixão`a formação desportiva dos nossos jovens. São estes que têm no seu seio um contigente enorme de pessoas que se dedicam e se esforçam no sentido de criar as melhores condições aos atletas. É pois um conjunto vastos de situações que são necessárias para pôr de pé este edificio do futebol que é comentado por muitos que nada deram ao futebol, nada sabem destes meandros, mas botam faladura sem perceberem do que falam. A melhor resposta que é dada de vez em quando a estes senhores são as perfomances que as nossas equipas, quer a nivel de clubes, quer a nivel de selecções, vão dando com alguma frequência, como é o caso agora da selecção Sub 20 que acaba de se classificar para as meias finais do Campeonato do Mundo daquela categoria. Mais uma vez com este resultado, aí estão alguns a engolir não uns sapos mas uns elefantes e bem grandes.

Cem anos de solidão

Cem Anos de Solidão (Cien Años de Soledad no título original) é uma obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez, Prémio Nobel da Literatura em 1982, e é actualmente considerada uma das obras mais importantes da literatura Latino-Americana. Esta obra tem a peculiaridade de ser umas das mais lidas e traduzidas de todo o mundo. Durante o IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, realizado em Cartagena, na Colômbia, em Março de 2007, Cem anos de solidão foi considerada a segunda obra mais importante de toda a literatura hispânica, ficando apenas atrás de Dom Quixote de la Mancha. Utilizando o estilo conhecido como realismo mágico, Cem Anos de Solidão cativou milhões de leitores e ainda atrai milhares de fãs à literatura constante de Gabriel García Márquez.
A primeira edição da obra foi publicada em Buenos Aires, Argentina, em Maio de 1967, pela editora Editorial Sudamericana, com uma tiragem inicial de 8.000 exemplares. Nos dias de hoje já foram vendidos cerca de 30 milhões de exemplares ao longo dos 35 idiomas em que foram traduzidos.
Muitos falam da necessidade de se ler Cem anos de solidão com um bloco de apontamentos ao lado, com o intuito de se traçar a árvore genealógica dos 500 mil Aurelianos, José Arcadios e variações destes mesmos nomes para compreender a teia de personagens que vai sendo criada à medida que os anos avançam. No entanto, a real essência está em ver a história além das suas personagens e entender o círculo que se fecha ante às previsões de um fim anunciado. Há diversos elementos que se entrelaçam formando um conjunto bastante interessante, pois, como disse Pablo Neruda, "este é o melhor livro escrito em castelhano desde Quixote".
In: Wikipédia


Não pelo seu conteúdo mas pelo seu título, lembrei-me deste extraordinário livro de Gabriel Garcia Marquez e de Cartagena, cidade onde vive, e onde Portugal venceu a Argentina nos penalties, num momento dramático e simultaneamente belo. Mika, olhou para o argentino que iria marcar o penaltie e deve ter percebido que aquele era o seu momento. Naquele breve período que durou entre o penaltie atirado à barra e os dois que defendeu, sobre os ombros de Mika devem pesado algo que equivale a cem anos de sufoco, sofrimento e ao mesmo tempo de serenidade. Na sua solidão ao longo da linha de baliza, deve ter dito para ele e para os colegas, "deixem que eu resolvo porque o sonho de ser o melhor do mundial está vivo". O mundo viu, Portugal sofreu e riu de alegria, Mika e a sua solidão na terra de Marquez, defendeu. A história está feita.

domingo, agosto 14, 2011

Jogos de preparação

Provavelmente poucos terão ligado a uma notícia do jornal "A Bola" de ontem que reproduzo parcialmente: "O acordo era Bryan Ruiz jogar meia-hora pela Costa Rica diante do Equador, na quarta-feira, não 60 minutos. Os interesses comerciais estão acima do bem-estar do jogador? Vai começar no banco". Palavras de Co Adriaanse, treinador do Twente e próximo adversário do Benfica.
Interesses comerciais? Co Adriaanse teve uma atitude pouco séria ao desprezar os interesses técnicos da selecção da Costa Rica e do seu treinador, e ainda por cima levantando questões que deveriam ser íntimas se pensa que são reais. Por este andar, Adriaanse e todos os Adriaanses que por aí andam, pretendem fazer as equipas nos jogos de preparação das selecções, quem joga de início, o tempo de jogo de cada jogador, etc.. Este mesmo assunto aconteceu várias vezes em 2003 e 2004, em Portugal, quando unicamente se disputavam jogos de preparação e Scolari foi por diversas vezes pressionado neste mesmo sentido. Sempre recusou qualquer tipo de pressão deste tipo, mas o mais estranho é que a atitude menos correcta veio exactamente também da parte de um seu colega, só que nesse caso, de um treinador português, o que foi ainda mais grave.

Portugal


Mika o herói dos penalties voa para a última defesa e para as meias-finais

Impossível de descrever o que senti. Impossível de descrever o que todos nós, estou convicto, sentimos naqueles últimos momentos. As estrelas perderam, a equipa ganhou. Fez-se história na terra onde Gabriel Garcia Marquez vive pontualmente. Fez-se história no futebol português. Contra alguns de nós que parecem desejar sempre que tudo corra mal, a equipa técnica, os jogadores, a FPF, sempre tão maltratada, deram um exemplo formidável do que é ter vontade, querer vencer, para tentar chegar mais longe. Portugal venceu a Argentina e apurou-se para as meias-finais do mundial Sub/20. No Nuno Reis e na imagem forte que deu após marcar o seu penaltie, na forma como correu e bateu no seu peito no local do escudo, das nossas quinas, entrego toda a vontade e desejo dos portugueses para que continuem a lutar, consigam aguentar os problemas que aí vêm, do cansaço, da altitude, e de umas meis-finais sempre difíceis. Portugal está entre os quatro melhores do mundo. É esta a verdade e a realidade.

sábado, agosto 13, 2011

Nuno quê? Reis!

"A prestigiada Agência EFE divulgou as suas escolhas para o onze ideal do Campeonato do Mundo de sub-20, até ao momento. Destaque para as presenças do português Nuno Reis e de James Rodriguez, colombiano do F.C. Porto.

«O capitão lusitano é o director de orquestra de uma defesa dona da única baliza invicta entre os qualificados para os quartos-de-final. Rápido e seguro, sabe controlar a força: não viu nenhum amarelo», escreve a EFE sobre Nuno Reis.

Aqui fica o onze ideal da EFE: José Rodríguez (México); Hugo Nervo (Argentina); Nuno Reis (Portugal) e Terna Suswan (Nigéria); Francis Coquelin (França), James Rodriguez (Colômbia), Erik Lamela (Argentina) e Canales (Espanha); Willian (Brasil), Joel Campbell (Costa Rica) e Luis Muriel (Colômbia)

Foi assim que o maisfutebol  assinalou a notícia e o facto de Nuno Reis, jogador da Selecção Nacional "Sub/20" que se encontra na Colômbia, ter sido nomeado para a equipa do campeonato nomeada pela agência EFE. Muitos, mesmo muitos, perguntarão quem é este Nuno Reis, desconhecendo o percurso do jovem português, actualmente a representar o Cercle Brugge, da Bélgica. Nuno já foi internacional por Portugal por setenta vezes entre as selecções de "Sub/16 a "Sub/20", tendo um percurso importante nas selecções jovens. No entanto, hoje, pelo facto de não ter um apelido oriundo de um qualquer país estrangeiro, não tem qualquer referência pública. De qualquer forma setenta vezes internacional com esta idade é de assinalar, contrariando por esse motivo os que actualmente, na falta de coragem para criticar os que não apostam nos nossos jovens, dizem que a culpa é da FPF. É quase como bater num saco de boxe. Entretanto mais logo terá lugar o Portugal/Argentina, dos quartos-de-final do mundial, esperando-se um jogo bastante equilibrado e que nos conduza à fase seguinte da prova. Estes jovens merecem esse destino.



Começou




Começou a nossa Liga com um jogo interessante entre o Gil Vicente e o Benfica. De um lado um conjunto equilibrado, mistura acentuada de jogadores estrangeiros e portugueses, os de Barcelos, do outro, o Benfica, com um português em campo, e muitos estrangeiros de renome. São as leis actuais em toda a sua dimensão, levando o futebol português a um beco de onde dificilmente sairá se não existirem regulamentos menos permissivos a esta liberdade contratual. Felizmente que muitos jovens vão saindo do país para poderem jogar dando oportunidade a que as selecções vão mesmo assim crescendo e mantendo um bom nível internacional. Esta não é obviamente uma situação unicamente portuguesa, mas por aqui, com todas as nossas dificuldades estruturais, o problema fica mais acentuado. Realce para os excelentes golos do Gil Vicente e para as jogadas do Benfica que deram origem aos seus golos. Começou a grande luta que se arrastará por cerca de dez meses e onde os grandes, habituais clientes dos primeiros lugares, continuarão a ser pressionados pelo já quase habitual Braga, esperando-se que mais algum outro clube se possa intrometer nessa luta pelos lugares cimeiros.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Caiado

"David Caiado, jogador português que actua no Olimpiakos de Nicósia, pretende "reforçar" a selecção do Luxemburgo. O jovem, formado no Sporting, não esquece as suas origens e pondera representar um dos adversários de Portugal no Grupo F de apuramento para o Mundial de 2014: «Quero jogar pelo Luxemburgo. Estou muito ligado ao país. Nasci e vivi lá metade da minha vida. Só vim para Portugal, com os meus pais, com doze anos e depois fiz a minha formação no Sporting. Há uns tempos ligaram-me da Federação do Luxemburgo e perguntaram-me se encarava essa hipótese. Na altura, o tema não foi muito aprofundado, mas agora quero relançar a situação. Não se trata de desistir de jogar pela selecção de Portugal, trata-se de um desejo que tenho para a minha carreira.»

O médio deixa a ideia de que uma selecção poderá servir de montra, como demonstram as suas declarações reproduzidas pela sua assessoria: «Nasci no Luxemburgo, vivi e joguei no país, então, o que me pode impedir de jogar pela selecção? Joguei nas selecções mais jovens de Portugal, também sou português, os meus pais são portugueses. Mas não estou a dizer que pretendo jogar por uma selecção que não me diz nada. Não tenho nada contra os jogadores naturalizados, mas, em relação ao Luxemburgo, não sou um naturalizado. Tenho origens no Luxemburgo, sei cantar o hino e quero jogar pela selecção principal. Sei que não é uma potência do futebol mundial, mas acredito que posso ajudar a tornar a equipa um bocadinho melhor. E acredito que pode também ajudar-me.»"
In: maisfutebol

David Caiado admite integrar a selecção do Luxemburgo tendo em conta o facto de ser natural no país e de possuir dupla nacionalidade. É uma pretensão legítima de um jogador internacional por Portugal nas camadas jovens, três vezes nos sub/16, duas nos sub/19 e duas nos sub/20, e esta sua opção não compromete nenhum princípio ético ou moral. Aliás alguns jovens africanos estão a seguir o mesmo caminho a partir do momento em que percebem que as suas possibilidades de jogarem pela selecção principal de Portugal são muito limitadas. O pior de tudo isto é que Caiado pode vir a jogar contra nós e no fundo poder acrescentar algo à limitda selecção luxemburguesa. O melhor atleta dessa selecção é também de origem portuguesa e durante a primeira parte do recente jogo trouxe alguns problemas à nossa defesa.
sete vezes internacional, sub/16, sub/19 e sub/20

Greve


Os jogadores espanhóis estão preparados para participar numa greve  às duas primeiras jornadas da liga o que seria um tremendo problema para a organização do futebol espanhol. No primeiro patamar da luta estão alguns dos principais jogadores do país vizinho e estrelas da selecção, particularmente o guarda-redes Casillas e Puyol jogadores e capitães do Real Madrid e Barcelona. Além da greve em si, esta situação poderá ter contágio noutras ligas, o que seria difícil e problemático para o futebol desses países.

"Luis Rubiales, presidente de la AFE, en compañía de 110 futbolistas profesionales -Casillas o Puyol entre otros- compareció este jueves para anunciar que se convoca una huelga para las dos primeras jornadas. "Los futbolistas nos hemos unido y hemos dicho basta ya. No habrá Liga hasta que se firme un nuevo convenio colectivo"."

quinta-feira, agosto 11, 2011

Fernando Peyroteo

Carlos Loures publicou em Vidas Lusófonas  a biografia de Fernando Peyroteo, da qual coloco aqui um pequeno extracto. Merece ser lido na totalidade, pois é um documento verdadeiramente notável para uma futura construção da história do futebol português.

 

"Fernando Peyroteo foi, sem sombra de dúvida, um dos melhores jogadores portugueses de sempre. Em termos de eficácia superou mesmo Eusébio, pois foi o jogador português que mais golos marcou na história do Campeonato Nacional - 330 golos. Entre a mais famosa linha avançada, a dos cinco violinos, sem desprimor para os restantes quatro, todos eles foras de série, Peyroteo era um “stradivarus”. Numa entrevista que concedeu a um jornal desportivo, falando de um outro angolano, um grande amigo seu – Guilherme do Espírito Santo – disse: «O Guilherme sempre foi melhor jogador de futebol do que eu: mais técnica, mais jogo. Menos prático, menos golos, etc.? Sim, também é verdade. mas mais jogador». Não sei se era verdade, mas há um pormenor – Espírito Santo jogava no Benfica, o eterno rival do Sporting Clube de Portugal… Quem hoje seria capaz de uma atitude destas? Se calhar, até a direcção do clube o repreenderia. Quando comparamos esta humildade com as declarações das estrelas actuais, não podemos deixar de pensar que o mundo do futebol foi tocado por Midas – o ouro e o marketing sobrepuseram-se ao espírito desportivo e ao fair play. Conte-se a propósito que sobre  o avançado-centro Guilherme Espírito Santo se dizia, por graça, que o verdadeiro sportinguista deveria benzer-se assim: «Em nome do pai, do filho e do Peyroteo, que o Espírito Santo é do Benfica!»Por ser um grande jogador e um homem de grande carácter, pensamos ser perfeitamente justificada a entrada de Fernando Peyroteo na galeria das “Vidas Lusófonas”. Como sucede com outras figuras do futebol nacional – Pepe, Pinga, Feliciano, Travassos, Matateu, Águas, Eusébio - Peyroteo sendo um imorredoiro símbolo do Sporting Clube de Portugal, é também património do imaginário colectivo e um motivo de orgulho para o desporto nacional.
Pertence a todos nós, seja qual for a nossa opção clubística."

Preparação

Foto: Francisco Paraíso

Foi um bom jogo de preparação, com excelente participação de um público bastante activo e interessado, que teve lugar numa noite algarvia sufocante pela alta temperatura própria da época. O Luxemburgo, como se calculava, bem fechadinho na defesa, esperando um momento para o contra-ataque, mostrou alguns novos atributos e durante a primeira metade foi dando alguma luta. Na segunda parte, com as alterações verificadas na equipa, com mais velocidade, o marcador foi crescendo e poderia ter atingido números mais altos. Foi um bom teste para o difícil jogo de Chipre que será jogado nas mesmas condições atmosféricas que encontrámos no Algarve, embora a humidade atinja valores mais altos. O jogo teve momentos altos, com belas jogadas, mas ficou marcado pelo extraordinário golo de Hugo Almeida, num registo digno de um artista, tal a beleza do lance. Daqui a cerca de três semanas volta a selecção e até lá temos outras equipas a jogar, especialmente a selecção de Sub/20, na Colômbia.

quarta-feira, agosto 10, 2011

Branco, Preto, Alegria, Tristeza




O branco e a alegria da Guatemala e o preto e a tristeza da Nova Zelândia, o sempre eterno contraste entre quem vence e quem é derrotado. Nos jovens os sentimentos são sempre mais sentidos e exacerbados. 

Luxemburgo

Foto: Francisco Paraíso

Logo pelas 21.00 horas, no Estádio do Algarve, Portugal receberá o Luxemburgo no último jogo de preparação antes dos jogos decisivos com Chipre, Islândia e Dinamarca. Vai tentar recrear-se o próximo jogo, numa temperatura semelhante a Nicosia, embora com menos humidade, com um adversário que irá adoptar os mesmos princípios de jogo, fechados atrás, tentando sair em contra-ataque. Luxemburgo não é obviamente Chipre, mas foi o mais parecido que se conseguiu. Chipre será sempre mais difícil com um futebol mais adulto, embora o Luxemburgo das goleadas fáceis também já não seja deste tempo. Espera-se um bom jogo com as condicionantes do início de época, já sobrecarregada para alguns destes jogadores que se envolveram com os seus clubes em desgastantes viagens, mais de encher os bolsos, do que o físico.