quarta-feira, agosto 24, 2011

Balanço



É altura de se fazer um pequeno balanço da nossa participação no mundial de Sub/20. Pouco, muito pouco, se falou desta equipa antes da sua partida, e também poucos, muito poucos, acreditavam que seria possível atingir o resultado conseguido. Como habitualmente, fazendo eco de uma estratégia instalada por alguns, felizmente poucos, comentadores e jornalistas, surgiram algumas notícias sobre a inércia da formação da FPF, como se tratasse de uma verdade absoluta, e na sequência dessa lógica, não dando o devido relevo a estes jovens e aos seus treinadores. Em primeiro lugar convém esclarecer que a base da formação no futebol são os clubes, sendo o seu complemento de ordem internacional organizado pela FPF. Desde 1991, até este momento, têm crescido os números de participação das selecções nacionais, quer em competições oficiais, quer em jogos de preparação, quer mesmo em treinos. Os resultados internacionais,  é um facto, por força da alteração das fórmulas competitivas europeias e sobretudo pelo aumento de estrangeiros nas nossas equipas de clubes, não têm atingido os níveis dos anos oitenta e noventa. No entanto, e dado que os grandes clubes parecem estar numa fase de alteração da sua estratégia em relação aos estrangeiros, será possível prever a curto prazo uma melhoria da qualidade dos nossos atletas, beneficiando desse modo as respectivas selecções. Apesar dessas condicionantes atrás apontadas, a selecção nacional "AA", no topo da pirâmide, continua bem situada no ranking mundial. Se pensarmos que a formação é um fim em si mesma, de facto, as coisas não têm corrido como pretendíamos, se pelo contrário entendermos que a formação tem como objectivo final o aparecimento de jogadores na selecção principal, como achamos ser estrategicamente o mais justo e correcto, então o trabalho tem sido bem acima da média, atendendo à nossa limitada base de recrutamento e à falta de meios de treino que outros países mais ricos que nós possuem. Neste preciso momento, a selecção "Sub/17" encontra-se em Inglaterra a preparar um torneio de preparação para a primeira fase do europeu. Já nesta semana começarão os Sub/16 e de seguida os Sub/18 e os Sub/19. Ao inverso dos que dizem que este problema do jovem jogador português é uma questão "estrutural", da FPF, claro, eu diria que é uma situação "conjuntural", criada por quem na realidade não aproveita o que forma e no que investe, dando mais valor ao que vem de fora do que aos portugueses por si próprios formados. Apesar de tudo uma discussão a continuar desde que seja efectuada de forma séria.

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