“Este êxito da Selecção de Sub-20 aparece em contraciclo, quando as equipas mais representativas estão enxameadas de jogadores estrangeiros. Não é face visível de avanços estruturais; é um êxito meramente conjuntural” e mais adiante: “Muitos dirão, com a euforia que se gera nestes momentos que o “futebol português” está vivo. Ao invés, está quase morto.”
Rui Santos, in: Record
“Mas quem quer que tenha visto ontem a meia-final com a França e à tarde tenha tido a possibilidade de observar a forma como os sub-19 de Sporting ganharam por 3-0 ao Liverpool em Anfield Road, na abertura da edição experimental da “Champions” para este escalão, não pode senão ficar descansado a respeito do trabalho que está a ser feito na formação em Portugal.”
António Tadeia, in: O Jogo
Ora aqui está como dois acontecimentos podem ser observados de ângulos tão distintos. Sem apesar de tudo colocar em causa algumas das questões que Rui Santos levanta, o seu artigo é um hino ao pessimismo que não assenta em bases concretas e reais. É o princípio do bota-abaixismo tão em voga no nosso país e que tem feito carreira nalguns órgãos de comunicação social. Não só a propósito do mundial sub/20, mas também da formação e da FPF. Dizer que as vitórias são as faces visíveis dos avanços estruturais ao contrário da prestação dos sub/20 que é conjuntural, é atirar areia para os olhos dos mais incautos. Num país de 10 milhões de habitantes, menos que Barcelona e Madrid juntas, menos oito milhões que São Paulo, e ao nível de uma Paris ou Londres, estar ao nível dos melhores, seja de clubes ou selecções, é porque não somos avançados estruturalmente? Olha se o fossemos? Ganhávamos todos os anos a Champions e seríamos sempre campeões da europa e do mundo em todas as categorias e em todas as competições. Quanto a António Tadeia não me surpreendeu o seu artigo dado ser um jornalista atento, cuidadoso e sobretudo isento e não preconceituoso.
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