segunda-feira, agosto 08, 2011

Calendário criminoso

Calendário criminoso


O calendário do Campeonato Nacional de Juvenis (ou juniores-B, como os “burocratas de serviço” teimam em chamá-lo) não tem pés nem cabeça. É um perfeito disparate. A prova começa em 14 de Agosto, o que obriga as equipas a iniciar a preparação na primeira ou segunda semana de Julho. Cinco semanas é o “mínimo dos mínimos” para conseguir formar uma equipa de futebol. Consequência imediata: muitas centenas de jovens não têm férias porque a Federação Portuguesa de Futebol decide começar o campeonato em Agosto! E, por causa deles, muitas famílias vêem-se obrigadas a complicadas “ginásticas”, de modo a não abandonar o filho que tem treinos e/ou a não condenar os outros membros a prisão forçada em pleno Verão. E se isto já não fosse ridículo, veja-se o que sucede com a 2.a volta do campeonato: das 11 jornadas, seis (sim, seis, mais de metade!!!) disputam-se num único mês – Dezembro. Seis jogos em 22 dias! Mas não pense que está tudo dito em matéria de “disfuncionalidade organizativa”. Falta escrever que o campeonato termina em 9 de Janeiro (sim, 9 de Janeiro!!!) para a grande maioria das equipas, o que significa que largas centenas de jovens vão ficar parados mais de meio ano! 

O Diário de Coimbra, através de um seu jornalista, comentador ou simplesmente leitor, de nome Mário Martins, publicou o artigo, com este mesmo título, aqui parcialmente transcrito. Obviamente que não estou de acordo com os termos utilizados, a própria lógica em que foi construído e sobretudo porque penso ser possível apresentarmos as nossas ideias sem ofendermos outros, além de que não tentou fazer qualquer contraditório ou procurado, pelo menos, perceber as intenções de quem critica. Vamos ao assunto, o calendário do CN Juniores "B" ou  de Juvenis, tanto faz. Não é um calendário virtuoso, todos o sabemos, e merece e terá de sofrer modificações, temos toda a certeza. Contudo é muito condicionado por uma lógica antiquada instalada no seio da comissão de jovens da UEFA. Há muito tempo que algumas federações, entre as quais a portuguesa, vêm tentando alterar a lógica de construção do calendário europeu, infelizmente sem qualquer êxito. As qualificações para o Campeonato da Europa, decorrem no mês de Outubro e as federações vêm-se obrigadas a preparar os seus jogadores demasiado cedo em torneios internacionais em Agosto e Setembro de forma a que os seus jogadores, após as férias, tenham o mínimo de andamento para ambicionarem passar à segunda fase. É assim que Portugal, com mais três selecções, irá participar, ainda em Agosto, num torneio organizado pela federação inglesa. Para que haja um pouco de condições na forma dos jogadores opta-se pela organização que é contestada e cujas críticas se aceitam. O ideal seria que as competições europeias começassem mais tarde, todos os campeonatos nacionais também e sobretudo que a fórmula da prova internacional fosse alterada. A fase final disputar-se-à em Abril, quando deveria ser em Julho, no período de férias. Essa alteração internacional modificaria tudo. A crítica mais pertinente de Mário Martins relaciona-se com o regulamento da prova e pelo facto das equipas eliminadas na primeira fase nacional necessitarem de continuar a competir, pelo que em futuro breve, após eleição da próxima direcção da FPF, essa fórmula competitiva obviamente ter de ser alterada. Em contrapartida os Juniores "A", que deveriam jogar a fase final do europeu o mais tardar em Junho, têm jogos na segunda quinzena de Julho, quando as suas equipas - no seu primeiro ano de seniores - estão em pré-época privando os jovens desse período essencial de preparação. Os quadro competitivos, todos o sabemos, terão que ser ajustados. Disso não tenhamos dúvidas.

1 comentário:

  1. Senhor Carlos,realmente isso não têm pés nem cabeça.Pela minha parte só tenho a lamentar,o senhor já escreveu tudo no post,concordo inteiramente.

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