sexta-feira, julho 09, 2010

Reflexões sobre o mundial



Não gosto muito de alguns critérios utilizados pela FIFA para a nomeação dos árbitros durante o mundial, e não tendo o estatuto que me permita falar deste assunto como Maradona o fez a propósito do Portugal/Espanha, e que curiosamente, não foi muito levado em conta, não posso deixar de referir e salientar o peso que alguns, poucos, países têm hoje nessa instituição internacional e reguladora do futebol mundial. É claro para mim há muito tempo, e disse-o ao Expresso, em Julho de 2006, após o mundial da Alemanha, que o poder das equipas em competições deste tipo não se mede só pela qualidade dos seus jogadores, das suas equipas técnicas e das estruturas de suporte. Essa entrevista causou-me alguns problemas e hoje tenho a certeza absoluta que as palavras então utilizadas eram justas e correctas. Há bastantes factores que têm peso neste processo e que também são fruto de muito trabalho e organização dirigida a um determinado fim e objectivo. Por exemplo, qual a razão de termos tido um árbitro argentino, portanto sul-americano e de língua castelhana, no nosso jogo com a Espanha? Não poderia e deveria ter sido europeu, usando o princípio da transparência e da limpidez de processos, como o foi na grande maioria dos jogos entre equipas europeias? A Espanha, na globalidade do jogo, talvez nos tenha sido superior, mas também não é menos verdade que o golo foi irregular. Muito mais díficil de analisar foi o golo do Paraguai, também no jogo com a Espanha, que o árbitro não hesitou em anular. E se esse golo tivesse entrado, talvez hoje a história fosse outra. Outro mistério, ou talvez não, era saber quem nomeia os árbitros do mundial? Pergunta interessante que deixo sem resposta. Outra questão: qual a razão lógica para que o árbitro do Espanha/Paraguai, tenha sido Carlos Batres, da Guatemala, quando no jogo anterior, Portugal/Espanha, já tinha sido o 4º árbitro? Ou que Carlos Pastrana, das Honduras, que foi 5º oficial no Portugal/Espanha, tenha sido 2º assistente no Espanha/Paraguai? Havia assim tanta falta de árbitros que levassem a estas situações? Guatemala, Honduras, grandes potências da modalidade como todos sabemos, produzirão assim árbitros de tanta qualidade? Reflexões baseadas em factos concretos, não inventados.




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