A propósito da nossa participação no europeu e da qualificação para o mundial sub/20, do próximo ano, veio-me à memória a qualificação das equipas europeias para o mundial de 1991, feito à precisamente vinte anos na Hungria, no europeu de 1990, nessa altura de sub/18. Da equipa que aí esteve, faziam parte, Luís Figo, Rui Costa, jogador que tinha recentemente chegado à selecção, Peixe, Jorge Costa, Brassard, João V.Pinto, entre outros. Ficámos em 2º lugar no europeu, depois de perdermos por penalties com a URSS. Longe vão os tempos, as ideias, o entusiasmo pela novidade e também, porque não dizermos, uma enorme ambição de lutar pelos lugares de honra, Nesses momentos a FPF era muito, mas muito diferente do que é hoje, e as condições proporcionadas eram incomparavelmente menores. No entanto a força que movia aquele grupo de trabalho era enorme. Não se pensava em nada que não fosse lutar e vencer. E foi essa atitude que nos levou à vitória, no ano seguinte no mundial de sub/20. Essa vitória catapultou para novos patamares de qualidade todos os que integravam essa selecção. Todos, sem excepção, ganharam com esse envolvimento. Não foram só os jogadores e o seleccionador que tiveram uma escalada nas suas vidas profissionais, todos, mas todos, acabaram por mudar as suas vidas. E é esse conselho que deixo aos jovens que em França conseguiram a qualificação para o mundial de 2011. Mais do que pequenos interesses sem qualquer valor, a não ser imediatos, o pensamento tem de ser aplicado no colectivo, e no futuro das suas carreiras. Um mundial é apetecível e muito importante, mas tem que ser devidamente interiorizado por todos que é uma ocasião única a não desperdiçar. Porque o contrário também pode acontecer, como aliás se comprova facilmente com a participação em 2007. Lembremo-nos de Zequinha, Fábio Coentrão e Mano, e o atraso que atitudes impensadas acabaram por trazer às suas carreiras.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Gostei muito do seu texto. Em PT, no futebol e noutras áreas, ninguém é reconhecido (então se for competente, rigoroso, ainda menos), sem ter sucesso imediato (há um horror há planificação e desenvolvimento)- é impossível ganhar um Mundial agora com os jogadores actuais na selecção nacional. E como diz e bem "Um mundial é apetecível e muito importante, mas tem que ser devidamente interiorizado por todos que é uma ocasião única a não desperdiçar"-para isso é preciso tempo para um bom trabalho de desenvolvimento...
ResponderEliminarMelhores cumprimentos
Ana
Salvou-se o Coentrão,os outros ninguém lhes conseguiu "endireitar".
ResponderEliminarVocê é que esta dentro do assunto, ao poder dizer isso. Mas é óbvio que apenas o Fábio seguiu o caminho certo. Muito triste ter de ver isso depois de alguns anos...
ResponderEliminarO que nao percebi é como ainda conseguimos a qualificacao para o Mundial? Pensava que apenas as equipas que iam às meias finais se qualificavam.