Terminou ontem o Torneio da UEFA, de Sub/19, de qualificação para a fase final do Euro. Portugal venceu o último jogo contra o País de Gales, mas mais uma vez não conseguiu a tão desejada entrada numa fase final. Estas participações têm porém o mérito de reflectir a fragilidade do nosso futebol feminino e é bem importante que tenhamos isso em conta. Não possuímos qualquer competição nos escalões de formação e socorremo-nos com frequência do futsal feminino para constituir a selecção. Apesar do esforço e dedicação das pessoas que lideram o futebol feminino em regime de maior proximidade, os técnicos Profs. Mónica Jorge, Carlos Sacadura e Susana Cova bem como de Arnaldo Cunha e de alguns técnicos distritais, estou convicto que a metodologia de desenvolvimento não pode assentar nos mesmos princípios utilizados pelo futebol masculino há décadas atrás. Além de todos os problemas inerentes ao pequeno número de clubes e atletas, acresce o facto, importante, da falta de compreensão, entendimento e vontade dos órgãos do futebol em apoiarem decididamente esta modalidade. Sem isso, muito dificilmente avançaremos. Sem um projecto integrado assente num novo modelo de desenvolvimento, com a participação da FPF, Associações, Clubes, Autarquias e Escolas, muito dificilmente abandonaremos esta posição periclitante em que nos encontramos. Acho que valeria a pena o esforço. Talvez o primeiro passo, além de algumas medidas urgentes de apoio aos clubes, fosse marcar uma reunião aberta a quem se interesse pelo assunto, para se discutir profundamente os problemas e analisar a realidade actual. Ouvir quem vive o dia-a-dia no terreno talvez fosse um bom ponto de partida. Melhor que ninguém, essas pessoas saberão apontar caminhos. De outra forma, se não houver grande unidade e aproveitamento dos poucos recursos existentes, o insucesso não nos abandonará.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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