A propósito do caso Pepe, o comentador de futebol da SIC, dos domingos à noite, voltou a atacar a FPF, o seu Presidente, o Seleccionador Nacional e tudo o que mexe e que tenha a ver com a Selecção Nacional. Como é habitual nas suas palavras tudo neste país é mau. Os treinadores, os dirigentes, os jogadores, tudo e todos, excepto ele próprio. O homem dos princípios falou, falou, falou, mas nada disse acerca do que deveria a FPF fazer a Pepe. Afastá-lo, castigá-lo? Às propostas, como sempre, disse nada. Fácil é criticar e falar sem ter que prestar contas. Fácil é levantar suspeitas como é seu hábito. Difícil é dizer por que caminho se deve seguir. Concordo que se deve opinar sobre o assunto e criticar quem errou. Concordo que nos devemos bater por princípios rigorosos no que diz respeito a comportamentos. Mas se optarmos por esse caminho, castigar atletas que erram ao serviço dos seus clubes, não há retorno possível. O que se teria dito se Vitor Baía tivesse sido afastado da Selecção Nacional, após se ter envolvido com Pedro Morcela, dirigente do Campomaiorense? Ou a Fernando Couto após o célebre caso da nandrolona em Itália? Ou a Luis Figo quando lesionou gravemente um atleta espanhol num jogo do campeonato que levou ao final da carreira desse jogador? Ou a Deco quando lesionou gravemente Figo num jogo da Champions? E as disputas pouco académicas, com agressões e expulsões, entre Paulinho Santos e João V. Pinto? Porventura tería de se criar mais um órgão na FPF para analisar situações destas. Devemos e temos que relativizar cada caso evitando a tentação demagógica do falar por falar, que está sempre muito presente em casos desta natureza.
Lembremo-nos do que foi dito e escrito quando Zéquinha e Mano, foram castigados, após o Mundial sub/20! Mesmo tendo em conta o facto dos acontecimentos terem tido lugar durante um jogo de uma selecção nacional, ouve um clamor generalizado contra a FPF!
Será que a Federação Francesa também foi fraca quando Zidane agrediu brutalmente Materazzi na final do Campeonato do Mundo 06? E a FIFA que convidou posteriormente o francês para uma das suas galas também foi fraca?
Na realidade, uma das áreas a necessitar de contenção e equilíbrio, é a dos chamados comentadores e analistas desportivos que perante situações controversas, em vez de sugerirem caminhos alternativos, só servem, na maioria dos casos, para lançar gasolina no fogo.
Assim é fácil.
O comentador em causa, ao contrário das entidades e pessoas que ele tanto ataca visceralmente, é que nunca ganhou nada na sua vida profissional – a não ser o direito à má-língua. Foi no tempo dele, enquanto chefe de redacção, que o seu jornal, um histórico dominador do mercado em Portugal, passou de claramente primeiro para claramente segundo, a nível de vendas e circulação. Essa foi a sua grande “vitória” profissional, recordada, amargamente, por todos os que trabalharam com ele nesse período.
ResponderEliminarO que me dói, enquanto Português, é a nossa tendência, quase insana, para colocarmos nos píncaros personagens que, ao contrário do que alguns querem impor-nos, não são, nem de perto nem de longe, o que de melhor podemos oferecer nos mais diferentes estratos da nossa sociedade. É assim com o comentador em causa, exemplo máximo de mediocridade elevado ao estrelato da eloquência, como se vivêssemos num País de analfabetos e incompetentes.