Nunca gostei de fundamentalistas, em todas as áreas, desde a política, ao desporto, à cultura e muito menos à religião. Incomoda-me mesmo o facto de uns poderem obrigar outros a fazer o que não querem. Fundamentalistas foram os bispos da inquisição. Fundamentalistas são os hooligans no futebol. Fundamentalistas são alguns dirigentes de clubes de futebol. Fundamentalistas são alguns políticos. Em Portugal, como noutros países. Como exemplo mais evidente e radical deste tipo de pessoas, e citando uma notícia de ontem do jornal "O Jogo", temos os dirigentes do Irão que pediram à FIFA para que as jogadoras da sua equipa de futebol jogassem com o véu islâmico, nos Jogos Olímpicos da Juventude que decorrerão em Singapura, em Agosto próximo. A FIFA, e muito bem, indeferiu o pedido. Como nota lamentável de tudo isto o facto das jovens atletas iranianas se verem impedidas de participar e confraternizar com outras jovens de todo o mundo.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Como em tempos escrevi em entrada idêntica, o que de bom o fundamentalismo nos oferece são imagens como estas: enigmáticas, maravilhosas, perguntando-me eu se essa beleza fosse desnudada continuaria a ser bela!
ResponderEliminarSaudações
Neves, AJ
Quanto à Fifa: indeferiu o pedido dos homens dos Camarões [creio] em usar camisolas sem mangas, contudo o sr Blatter pronunciou-se certa altura a favor de equipamentos mais femininos para as mulheres [em suma, em português terra-a-terra que realçassem as formas físicas das atletas... nada burro este Blatter]
Meu Caro Neves, AJ
ResponderEliminarEm 2007 desloquei-me ao Kowait. No avião estavam bastantes mulheres, jovens e menos jovens, que entraram em Frankfurt como eu. Carregadas de sacos de grandes marcas, vestiam-se como qualquer mulher ocidental, mas com roupas muito mais caras do que se vê, po exemplo, no nosso país. Quando faltava uma hora para a chegada começou um corropio para as casas de banho do avião. Entravam à ocidental, saíam com o véu. Acha que essas mulheres querem mesmo andar tapadas? A grande maioria, estou certo que não o querem. E é isso que contesto. Abraço.
Senhor Carlos,
ResponderEliminaressa situação está mesmo muito boa,enfim o que fazer!?
Não me fiz entender caro Carlos Godinho. Eu "não estou nem aí" para o véu ou para a "burka" [que apesar de não ser obrigatória continua a ser usada mesmo com a queda do regime talibã...] São "problemas" de outras culturas e é sempre difícil emitir opinião, como "democratizar" a região, por exemplo... muita água terá que correr debaixo das pontes mesmo após a minha morte!
ResponderEliminarEu só comentei a beleza, acredite, nada mais me levou a fazê-lo muito menos a "defesa do véu".
A propósito... submissão da mulher? Terá razão, contudo será pior a submissão velada, a da mulher que não usa véu, como no ocidente, que é despedida se engravidar ou que é mal [pouco] representada na sociedade.
Aqui há uns dois dias lembrei-me de si [desta entrada] enquanto esperava pelo "metrô" na Estação Clínicas. Praticamente à minha frente muma coluna estava [novamente, porque até já fiz entrada no Voz] o poema de Oswaldo de Andrade:
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Meio a brincar lhe pergunto, já imaginou meu caro se o Cabral cá tem chegado com um sol raioso? Andaria eu agora aqui todo pelado? E teria o resto do mundo razão para o contestar, se afinal seria prática com cinco séculos de existência?
Saudações... tudo de bom... fale-nos do Pepe, não encontro nada sobre ele! E a CAMISOLA DA SELECÇÃO? Quando é apresentada?
Neves, AJ
Meu caro Neves, AJ
ResponderEliminarEu percebi o que dizia. Aliás só coloquei aquela foto pela beleza que representava. Também sei que muitas mulheres aceitam a burqa, mas muitas mais não a aceitam e têm que levar com ela. Quanto às opiniões, mesmo por vezes desencontradas, o que no fundo não é o caso, não devem ficar por dizer. Estarmos todos de acordo é que se calhar seria mau. A camisola será apresentada em breve. O Pepe, bem, apesar de termos esperança, estamos dependentes de outros. Mande sempre. Abraço.
Muitas mulheres aceitam a burqa, assim como muitas aceitam em silêncio, as sovas dos maridos Ocidentais.
ResponderEliminarMas ambos os casos bem criticáveis.
Aliás, os partidos de Esquerda, sempre tão preocupados em causas fracturantes, nomeadamente com o bem estar dos toiros, cães e gatos e animais de circo, não se manifestam mais no sentido da crítica a estas culturas, que impõem a falta de liberdade feminina como uma lei.
Caríssimo Neves,
acho que a tentativa de vestir o índio, foi felizmente, em larga medida, falhada. Viva o Brasil e o à vontade com que se lá vive.
Que é radicalmente o oposto do que o post nos fala.
Abraço