domingo, maio 08, 2011

A troika e o futebol

Alguns dias depois da divulgação dos acordos feitos entre o governo português e as instâncias internacionais no sentido da concessão de um empréstimo de bastantes dezenas de milhões de euros, começam a surgir na comunicação social os sinais das corporações e instituições que não estão dispostas a ceder o que quer que seja. Sinceramente não estou a ver que se consigam implementar a maioria das medidas acordadas se forças poderosas já se vão mexendo para que elas não sejam estabelecidas e cumpridas. Mais do que um acordo para um empréstimo, estas medidas são um programa de governo, o que além de ser uma situação humilhante para todos nós, reflectindo assim a nossa incapacidade para nos governarmos sem interferência e pressão externa, vai obrigar a que o governo saído das próximas eleições, maioritário ou minoritário, cumpra o decidido e que tenha força para a sua execução. Com estes primeiros sinais de contestação, autarquias, forças sindicais, GNR, justiça, e ainda a procissão vai no adro, vai ser mesmo muito difícil chegarmos a um ponto de equilíbrio. Salve-se por enquanto o futebol com alguns bons resultados desportivos, mas será conveniente não esquecer que vem aí uma coisa chamada "Fair-Play Financeiro", decidido pela UEFA, que será dentro de duas ou três épocas um modelo de troika aplicado ao futebol europeu com reflexos directos dentro de cada país.


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