As voltas estranhas que a formação dá, ou melhor que os homens dão à formação. Miguel Vitor, ainda júnior, chegou a titular do Benfica, apresentando-se como uma das maiores apostas do clube. Sem nunca se ter afirmado com segurança dado que a concorrência era forte, andou de um lado para o outro, até ser cedido ao Leicester, do segundo escalão inglês. Nesta última jornada bisou, o que lhe aconteceu pela primeira vez como sénior, na sua ainda curta carreira de jogador, tendo chamado por isso as atenções para a sua existência como futebolista. Não é fácil emcontrar-se treinadores que queiram arriscar na juventude, sobretudo na portuguesa, nem se tem muita paciência para se aguentar com os erros que naturalmente cometem. Lembro-me que no passado, o FC Porto, sem apostar directamente na entrada dos jovens no clube, mantinha uma política de empréstimos, seguidos à distância, que lhe permitiu mais tarde fazê-los regressar de forma a que jogassem. Aconteceu com Fernando Couto, Jorge Costa e Ricardo Carvalho, entre outros, e os resultados desportivos e/ou financeiros dessa política foram enormes. Hoje empresta-se os jogadores quase como uma forma de os chutar definitivamente sabendo-se que muito dificilmente serão chamados à casa-mãe. E é pena que seja assim, mais valendo cedê-los a título definitivo para jogarem em melhores clubes e deixá-los voar sózinhos, esperando naturalmente que a sua qualidade os consiga fazer atingir objectivos mais altos. Mas aí será a selecção natural a definir quem tem ou não qualidade.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Senhor Carlos,depois deste excelente post,não me resta alternativa do que subscrevê-lo.Está tudo dito!Há que ter fé que as coisas mudem!
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