Dizia o meu amigo Scolari, utilizando uma expressão tipicamente brasileira, para definir algumas pessoas "É um sem carácter e vive da pouca-vergonhice". O treinador Pascua Piqueras, treinador de atletismo envolvido na Operação Galgo, ontem num artigo no jornal "A Bola", aborda o mundo do atletismo de alta competição com uma frieza arrepiante a propósito das "ajudas" médicas: "Então?! Se pensam que Bolt faz o que faz sem sem ajudas são tontos! Sem ajudas é impossível. Impossível! E até talvez possa existir um Bolt, mas como apareceram todos estes e estas jamaicanas, de geração espontânea? Ou como iam os europeus, como Perec ou Nylander, que fez as suas melhores marcas nos 400 metros barreiras em 35 anos na pista 1. O problema é que aparece sempre alguma coisa nova, algo mais avançado. Na temporada que acabou apareceram lesões frequentes em algumas estrelas que competiram muito pouco. Por exemplo: Bolt. E ficamos por aqui..."
Há bastantes anos, numa palestra sobre doping, o então director do laboratório de Lisboa, Dr.Lesseps dos Reis dizia com toda a naturalidade que achava que não devia haver controlos anti-doping argumentando que o Estado, e portanto todos nós, gastávamos fortunas para tentar controlar atletas que se dopavam conscientemente para ganhar, quando na prática o doping vai sempre mais à frente do anti-doping, sendo por isso uma luta inglória. E se calhar tinha alguma razão. No fundo quase tudo o que cheira a grandes resultados e grandes performances individuais tem muito de wrestling. Só que aqui já se sabe ao que vai.
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