Fala-se hoje de crise a propósito de tudo e nada. Financeira e económica sobretudo, mas também de valores e princípios. Nestes dias de alguma acalmia na minha vida, quase sempre fechado no hotel, vou lendo o que me aperece pela frente no sentido de aproveitar os momentos dessa aparente tranquilidade. Vem isto a propósito de uma entrevista que li no "Sol", dada pelo ex-padre, jornalista e preso político no Brasil, Alípio de Freitas. A uma pergunta do jornalista José Fialho Gouveia, sobre se estamos em crise, Alípio respondeu:
"Não é de hoje. Portugal vem em crise desde D. João II. Crise essa que se agravou durante o reinado de D. Manuel, com a expulsão dos judeus. Aí Portugal perdeu o rumo. Houve uma tentativa de mudança das coisas com o Marquês de Pombal, mas depois ficou tudo na mesma. Fomos modelados pela Inquisição e por uma nobreza medíocre".
Curiosamente esta situação foi uma novidade para mim dado que pensava que a nossa crise vinha dos tempos de um senhor chamado Afonso, de apelido Henriques. Felizmente que foi um pouco mais tarde!
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