Foi notícia nos jornais de ontem a possibilidade de a Liga, entre outras propostas, poder voltar a promover a constituição das equipas B, um projecto lançado pela FPF, e que será uma medida importante e de realçar. Aqui há uns anos, o Dr. Alberto Silveira, quando entrou na FPF como vice-presidente, a propósito de algumas questões que ia levantando, obtinha invariavelmente dos técnicos a seguinte resposta: "Sim, está correcto, já fizemos isso". Ao fim de várias respostas sobre o assunto, começou a dizer: "Ok, se já faziam isso, e se hoje consideram essa medida importante, qual a razão, porque pararam?". É de facto o que acontece hoje com esta oportuna proposta. Se já fizemos bem, porque parámos? Haverá respostas lógicas a essa pergunta, e as questões da altura voltarão a ser recolocadas, mas o lançamento do assunto na agenda política/desportiva é já de si um passo significativo e de aplaudir.
Meu Carlos Godinho,
ResponderEliminarPermita-me que desta vez não esteja de acordo com o meu amigo. Sobre as equipas B escrevi o texto que se segue, em Janeiro de 1999, quando surgiram equipas B, sob a égide do nosso saudoso amigo, Alberto Silveira e do professor Jesualdo Ferreira e hoje recupero o mesmo texto porque continua actual.
Assim:
"Tenho a certeza que muitos não estão de acordo com as minhas ideias acerca da criação das equipas B. Mas como tenho um capital de confiança, quando opino sobre estas questões do futebol, por força da razão que o tempo me tem dado, atrevo-me mais uma vez, como noutras ocasiões a remar contra a maré.
Fala-se muito na formação, mas creio que esta não é a melhor forma de trabalhar nesta área, porque tenho quase a certeza que quando for preciso meter algum craque, para evitar uma descida, é preterido aquele ou aqueles que neste momento estão a servir como argumentos pasra a formação destas equipas.
Quem são os clubes que vão ter equipas ´B´s? Doutra maneira quem são os clubes com condições económicas para ter uma equipa B?
Noutros tempos bexistiam os campeonatos de Reservas e acabaram porque? A razão fundamental foi o aspecto económico.
As equipas de Reservas eram formadas na base de jogadores oriundos dos juniores e no entanto os clubes não suportaram as despesas. Mas essa para mim não é a questão primordial na medida em que o mais importante é a dignididade que deve existir no desporto e não concebo que um campeonato nacional da II Divisão B, esteja sujeito a oscilações de acordo com a pretensão deste ou daquele clube. Penso que não tem lógica nenhuma esta situação. Uma II DAivisão B, vjá envolve alguma responsabilidade e não pode estar sujeita a este tipo de situação.
Creio que não vão ter muito futuro estas equipas.
Poder-me-ão dizer que em Espanha elas existem, por exemplo, mas tenho que repetir as condições são outras. Há mais dinheiro, há mais estruturas, no fundo há outro tipo de condições e portanto não
se pode de forma importar modelos, como já tenhoi dito noutras ocasiões.
As equipas B´s tinham algum cabimento se fosse possível organizar um campeonato em que só essas equipas pudessem participar, isso sim, mas todos sabemos que isso é inviável, pelas razões já aduzidas atrás.
Penso que a colocação de jogadores em que se preveja algumas potencialidades em clubes com objectivos bem determinados , das divisões secundárias, seria a nedida mais acertada para a evolução desses jogadores. O empenhamento e os objectivos seriam diferentes, mais motivadores e mais interessantes.
Jogar numa equipa B, salvo uma ou outra excepção, vai ser um pesadelo, embora inicialmente, exista por parte do atleta uma enorme expectativa em ascender à equipa principal. Para muitos vai ser o cemitério de muitos sonhos, ao pensarem que vão atingir o estrelato. Vamos ver se assim não vai acontecer. Vai exiustir também da parte dos considerados grandes clubes, uma corrida aos mais pequenos para irem buscar um ou outro jogador que se "mostre".
Se estas equipas têm como principio a defesa da formação, pelo menos é isso que os defensores das mesmas defendem, o regulamento não devia permitir que a sua composição fosse composta por jogadores para além dos 23 anos e sobretudo por jogadores de nacionalidade estrangeira. A não ser assim os fundamentos não são vewrdadeiros e o processo está inquinado.
Penso ainda que um jogador tem uma fase de maturação, decisiva, entre os 18 e os 23 anos, mas não será numa equipa B, porque não acredito que todos os elementos estarão ao mesmo nível e portanto reafirmo o que já para trás ficou dito, a solução ideal para os que mostrem qualidadesserá rodar noutro clube com condições para o seu desenvolvimento.
Não acredito nas equipas B. Esta a minha opinião e o futuro dar-me-á razão com toda a certeza."
PS-Se a ideia for p´ra frente o futebol Não Profissional não estará a ser defendido. Amanhã coloco aqui uma outra opinião sobre a proliferação das Escolas de futebol dos clubes grandes.
Um abraço