Antigamente, quando comprávamos um jornal sabíamos ao que íamos. Ler notícias, comentários de jornalistas, uns mais independentes, outros menos, mas sempre escritas por profissionais. Líamos bastantes entrevistas de jogadores, treinadores, menos de dirigentes. Hoje o que vemos? Artigos de opinião de alguns profissionais de referência e notícias, na sua grande maioria, dos que acompanham em permanência as mesmas equipas, tornando-se alguns deles, por esse motivo, reféns do próprio trabalho. Mas essa é uma decisão da estruturas dos jornais. O que me surpreende no entanto, nos jornais actuais, é a quantidade de artigos de opinião, com páginas inteiras, de pessoas não profissionais da escrita, mas profissionais do sectarismo dos clubes dos quais são adeptos. Pessoas inteligentes na sua vida profissional e pessoal, tornam-se, na sua grande maioria, intérpretes do mais baixo e ridículo clubismo, que nalguns casos roça o mais dos primários sentimentos. Quando éramos miúdos dava gosto discutir o futebol, na esquina das nossas ruas, mais tarde, mais velhinhos, nos cafés, entre uma bica e um cigarro, lá se discutia, até à exaustão, os lances do domingo anterior. Hoje é diferente, já não são miúdos, são graúdos bem posicionados na vida, discutindo e escrevendo como crianças. Como se não bastassem os que já por aí andavam, chegou agora o "homem dos motivos atendíveis para despedimento", com o mais primário dos clubismos. Por que será que esta gente não pensa e escreve sobre aquilo que sabe? Caramba, tanta coisa para aprendermos sobre aquilo que eles sabem e vêm para aqui escrever sobre o que pensam que sabem, mas que na realidade desconhecem. E como se não bastasse um, vêm sempre em grupos de três. Encarnados, verdes e azuis. E ainda por cima pagamos.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
É muito clubismo,com se não bastasse os programas televisivos das segundas-feiras,em que eu já só assisto para passar o tempo a dar umas boas gargalhadas,nada mais.
ResponderEliminarÉ 'obra de deus', meu caro...
ResponderEliminar"homem dos motivos atendíveis para despedimento"
ResponderEliminarRefere-se ao Pedro Passos Coelho? Ele também opina sobre futebol? Onde?
Ando a leste...
Meu caro Carlos Godinho,
ResponderEliminartotalmemte de acordo com o que aqui está escrito. Há dias coloquei um post no meu blogue que coincide em absoluto com este.
Um abraço e sorte para estes dois jogos da selecção. Tenho a certeza que vamos ganhar. O Paulo veio trazer muita força e muita esperança.
Anónimo, referia-me ao Paulo Teixeira Pinto, ilustre membro da comissão de revisão constitucional do PSD...
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