Custa muito a aceitar que um jovem promissor, inclusivé com experiência desportiva no estrangeiro, se tenha deixado iludir por um processo de doping que é sobretudo um problema de ética e seriedade desportiva. Evidentemente que estes processos não são nunca tão lineares como parecem e devem existir diversos factores que levam um atleta a uma situação deste tipo. Não serei eu nunca a condenar alguém por um erro cometido na vida até porque já houve situações de atletas bem mais credenciados a quem apoiei em momentos difíceis nas suas vidas desportivas, lembrando-me, ao acaso, de Abel Xavier e Fernando Couto. De concreto, Ricardo Batista foi suspenso por dois anos, e apesar de ser bastante jovem, dois anos, para um guarda-redes, é um período bem grande e limitativo de carreira futura. Leis são leis e são evidentemente para aplicar e cumprir não estando em causa a justeza, idoneidade e seriedade de quem a aplicou, que se baseou naturalmente nos regulamentos existentes e aprovados pelas entidades competentes. Mesmo atendendo à gravidade do assunto e da falta cometida, parece-me que este tipo de sanções são de facto algo exageradas e talvez merecessem alguma análise cuidada com vista a uma possível rectificação sobre o período de castigo, sobretudo para um primeiro caso de controlo positivo. Vai ser necessária muita força de vontade, coragem e apoio diverso, para que um atleta nesta situação consiga resistir à suspensão e estar mais tarde em condições de poder voltar a jogar.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
Sem comentários:
Enviar um comentário