domingo, julho 17, 2011

Mário Crespo e o futebol

Se há coisa complicada em Portugal é criticar-se jornalistas. É uma classe onde tenho muitos amigos,  e com alguns deles nem sempre estou de acordo, mas também sei que sempre que escrevi algo neste blog sobre algo que escreviam, fui imediatamente varrido com palavras, algumas delas bem primárias e fora de contexto. Podem dizer e escrever o que querem, valor da liberdade de imprensa, mas raramente  aceitam que alguém discorde das suas ideias, particularmente se não são colegas de profissão. A liberdade só existe para um lado e particularmente nisto dos blogs, alguns, poucos felizmente, ficam muito exaltados quando se lhes diz que não estão a ser sérios e honestos. Mário Crespo, por exemplo, que no processo do ex-seleccionador nacional, após o ter defendido em sede de inquérito na FPF, como amigo, conhecido, ou seja lá o que o for, o que é legítimo e o honra, não mostrou grande independência, ética e deontologia, quando sem dar hipótese ao contraditório o ouviu durante para aí meia-hora no seu programa da SIC, explanar livremente a sua defesa. Seria lógico ser outro jornalista a fazê-lo, mas não, o jornalismo de excelência é mesmo isto. Tudo isto a propósito de um  seu artigo de ontem no Expresso denominado "A tanga certificada". A dado momento, Crespo diz o seguinte: "Desde os estádios de Guterres e Sócrates aos planos do TGV e da OTA, das autoestradas paralelas ao ordenado de Scolari, que sabíamos que andávamos a gastar dinheiro demais que não era nosso". Bom aqui é que a porca torce o rabo, porque ao que sei, o ordenado de Scolari era pago pela FPF, com base nas suas próprias receitas derivadas de qualificações e resultados de europeus e mundiais e correspondentes a algumas dezenas de milhões de euros recebidos da UEFA e FIFA e não dos cofres do Estado como erradamente insinua. Além disso, o ordenado de Scolari, que veio para Portugal como campeão do mundo, era cerca de um terço inferior ao do seleccionador seguinte que Crespo, usando as prerrogativas do país livre em que vivemos, defendeu com unhas e dentes. Bom, mas agora, devidamente esclarecidos por este artigo, já estou mais confiante, porque os culpados, os únicos culpados, Sócrates e Guterres foram embora, e Scolari vive lá pelos brasis, não se construindo mais estádios e terminando os ordenados chorudos. A dívida, essa desgraçada que nos arrasa, parará de aumentar e o futuro  está aí radiante à nossa porta. Jornalismo de excelência diz ele, sem gravata, de preferência.

1 comentário:

  1. Seu blog é minha paixão! Visite meu blog e escreva um comentário também:

    http://questoesdefutebol.blogspot.com/

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