Uns dias fora do país num outro continente, onde a Europa pouco conta, ou melhor, só conta da Europa o que de mais artificial ela produz, casamentos e viagens da monarquia por exemplo, deparei com uma realidade que não contava quando saí. Na semana passada ainda José Sócrates, o Diabo, era agitado na praça pública como a pior pessoa que o nosso país alguma vez produziu. Ontem ao chegar a Lisboa, e lendo o Expresso, fiquei com a impressão que o discurso dos seus maiores críticos está a mudar e nalguns casos mudou mesmo. Descobriram afinal que havia algo mais que o descontrolo das contas públicas, realidade provocada e criada também por muitos outros antes dele, e que esse algo mais é o descontrolo total do capitalismo na sua forma mais desavergonhada, através das agência de rating, e que há bem pouco tempo eram apresentadas, por alguns comentadores e políticos nacionais, como entidades credíveis que estavam a colocar em sentido o então homem do leme. Que falta de vergonha tem esta gente que nunca soube relativizar o problema e se esqueceu de separar a política partidária dos graves problemas que o país atravessava. Para mal de todos nós, associado aos erros de Sócrates, há bastante algo mais, e não é só este pequeno país que está em causa, é toda a Europa que vai ser empurrada para o abismo até que surjam dirigentes com mais credibilidade e com uma outra perspectiva europeia de futuro do que aquela que possuem a senhora vinda dos confins da ex-RDA ou aquele senhor pequenino, brincalhão, ali para os lados da Gália. Que saudades dos grandes dirigentes franceses e alemães do passado, socialistas e democrata-cristãos que criaram ou pretenderam criar uma Europa unida. Com gente como Willy Brandt, Adenauer, Mitterrand, Soares e tantos outros, esta crise não existiria. E não é de ideologia partidária que se trata, é de política e de princípios.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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