domingo, janeiro 02, 2011

Acreditar


Pegando num artigo do maisfutebol em que os jornalistas definiram cinco pessoas para as quais 2010 tinha sido um bom ano, gostaria de referir-me a uma delas, mais precisamente a Fábio Coentrão. Estávamos em 2007 e Portugal iniciava a preparação para o Mundial de "Sub/20". Os seus principais treinadores,  estavam a disputar a fase final do Euro 2007, de "Sub/21", na Holanda, enquanto a selecção de "Sub/20" se preparava com outros técnicos, em Lisboa,  e talvez, visto hoje a esta distância, este tenha sido um erro estratégico da nossa estrutura. Finalmente no Mundial, as coisas não correram bem, quer desportiva, quer disciplinarmente, tendo alguns desses jovens sido punidos pela FIFA e pela FPF após a prova. Nessa equipa estavam vários jovens com futuro, Fábio Coentrão, Antunes, Nuno Coelho, Bruno Gama, Pereirinha, Rui Patrício, entre outros, que embora já denunciassem uma capacidade muito acima da média, ainda não tinham encontrado o rumo certo das suas vidas, como aliás acontece a tantos. Uns, a maioria nessas fases de transição, perdem-se como atletas. Os mais fortes, protegidos, ajudados, ultrapassam esse período e atingem os patamares para que a sua qualidade sugere, tendo Fábio, Rui  e Antunes já chegado já à selecção principal, embora este último se encontre de novo com grandes problemas de estabilização e confirmação do seu valor e Nuno Coelho se aproxime vindo dos "Sub/23". Enquanto Rui Patrício se viu desde sempre bem apoiado na estrutura sportinguista, Fábio Coentrão, de clube, em clube, de dificuldade em dificuldade, tardou a aparecer, mas a sua qualidade esteve sempre lá. Felizmente, fruto das suas capacidades, de quem certamente o ajudou e lhe deu suporte para outro caminho, surgiu em 2010, no mundial, três anos após o Canadá, como a maior revelação do futebol português e uma das maiores do futebol internacional. Mantendo essa linha de rumo, defendendo-se do acessório, entregando-se ao essencial, poderá vir a tornar-se num dos grandes jogadores mundiais na sua posição. Moral da história, os clubes, a exemplo do que fizeram o Benfica e o Sporting, têm de ter paciência para alguns jovens, esperar e apoiá-los na fase de transição, não os perder de vista, aconselhá-los, dirigi-los, num processo que na maioria dos casos valerá a pena.

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