sexta-feira, novembro 26, 2010

Ainda a formação

Depois de ter colocado uma anterior entrada sobre a formação, deparei-me com esta notícia no maisfutebol, sobre a possibilidade de dois jovens da Tanzânia??? poderem jogar nos escalões de formação de um clube português: «São jogadores acima da média. Conheço bem a realidade do clube, pois já lá trabalhei, e têm potencial para jogar na formação. São superiores a muitos jogadores que estão lá. Para jogar nos seniores é diferente. É preciso margem de progressão e adaptação ao futebol europeu», explica o ex-treinador dos jovens africanos. A notícia diz tudo, "são jogadores acima da média para jogar na formação, mas para jogar nos seniores é diferente". A verdade é que para este treinador a formação é mesmo um fim em si, pouco importando depois se os jovens não têm meios físicos, técnicos ou outros para vingarem no futebol profissional e num mundo estranho. Ou seja, induzir os clubes, os jovens, as suas famílias, para uma aventura, que pode acabar mal, sem qualquer tipo de garantias, é o unico interesse em cima da mesa. Este não é obviamente o caminho. E o que é preocupante é o facto desta história ser igual a tantas outras que têm surgido no nosso país nos últimos anos e cujo resultado final é pouco mais que zero. Pode-se apostar em alguns jovens estrangeiros de qualidade que possam ter a possibilidade de atingirem patamares altos nos nossos clubes, mas desta forma é praticamente só inviabilizar o que é nosso, criado por nós, que fala a nossa língua, e que é fruto do nosso - colectivo - trabalho. Ingenuidade minha, talvez.

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