sexta-feira, setembro 10, 2010

Borrar a pintura

Sempre tive e tenho por Toni a maior das considerações, dada a forma desapaixonada como encarou as diversas realidades que enfrentou na vida, dando-lhes sempre um cheirinho de humor e boa disposição. No entanto, as declarações que ontem ou anteontem produziu, transportando, com infelicidade, Luiz Felipe Scolari, para o assunto Carlos Queiroz, são, no mínimo, deselegantes. Defender Carlos Queiroz é justo, dado que é seu amigo e os amigos devem sempre manifestar-se e tomar posição em momentos de dificuldade, e até lhe ficou bem tomar essa atitude. No entanto, alguém deveria explicar-lhe que Scolari foi Seleccionador Nacional, terminou o seu contrato, partiu para outras situações e nunca teve uma palavra depreciativa para com o seu sucessor, para com a FPF ou para com o futebol português. E deveria também não se ter esquecido, que apesar de estrangeiro, Scolari é treinador de futebol, e que as palavras deontologia e ética se deveriam aplicar a todos os treinadores, portugueses e estrangeiros. Às vezes, sem se esperar, borramos a pintura.

7 comentários:

  1. Totalmente de acordo com a sua observação. Foi muito infeliz. Tão infeliz que nem parecia o Toni a falar.

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  2. Concordo quer com o Carlos Godinho, como o nosso companheiro do Belenenses.

    Achei estranho, despropositado e... mais qualquer coisa que nem sei bem definir.

    Com todo o respeito que Toni me merece, ainda mais sendo benfiquista, mas há dias em que devemos realmente estar calados.

    Continuo a não perceber esta animosidade, quase generalizada, em relação ao brasileiro.

    Não sou amigo nem grande fã de Queiroz, muito menos um indefectível de Scolari, mas as pessoas (e especialmente os profissionais que estão à frente das equipas nacionais) merecem respeito coisa que, na minha opinião, se desprezou (e tem desprezado sistematicamente) completamente.

    Acusa-se Scolari de ser pesetero e ter fugido para os milhões de Abramovich logo que viu que o reinado estava a acabar mas que alternativas existiam quer para ele, quer para a Selecção? Parece-me sim que foi apenas o fim de um ciclo, pelo que se percebe bem as razões da sua saída.

    Paulo Bento? Cajuda? Maradona?
    Para mim qualquer um serve e terá sempre o meu apoio, sempre e quando a forma de estar dos senhores da Federação for de rigor, isenção e capacidade de dar a cara nos momentos menos bons. O que são incapazes de fazer, escudados numa posição de conformismo interesseiro.

    O que se tem passado não é forma de dirigir uma Federação, de dignificar e representar devidamente o país. Continuem a olhar para o próprio umbigo e estaremos novamente no "cú da Europa" num abrir e fechar de olhos.

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  3. Não estou de acordo com o T-Rex. É dificil dirigir determinados processos. Há regulamentos a cumprir, há timings e há uma série de questões às quais têm que se dar respostas depois de bem pensadas e depois de tudo isto há as opiniões que se dividem, ou seja, há os que pensam que o processo era este, no caso Queiroz, e depois há outros que pensam ao contrário, portanto quem decide é prezo por ter cão e é prezo por não ter cão.Não é fácil e de certeza há pormenores que nós neste momento não conhecemos ainda. Não venha agora apoiar o Queiroz como fez o Rui SANTOS E O DAVID BORGES que só faltou pedir uma estátua e uma condecoração para o ex-selecionador.

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  4. São opiniões, caro Domingos Estanislau.
    Além de que o que o Carlos Godinho chama a este post são as afirmações de Toni, quanto a mim deveras infelizes.
    E se há regulamentos e timings a cumprir, mais ajuda a esta festa. Passou-se por cima de tudo e mais alguma coisa e além destes atropelos - talvez motivados por falta de coragem, os timings foram absolutamente desastrosos. Se havia razões claras e inequívocas para suspender ou demitir o seleccionador não se entende a morosidade do processo. Se fosse Campeão do Mundo tudo isto iria para a gaveta e nesta altura era Queiroz um herói nacional, impoluto e de reputação inatacável, não é?

    Para que não restem dúvidas e como referi anteriormente:

    "Não sou amigo nem grande fã de Queiroz, muito menos um indefectível de Scolari"

    O respeito às pessoas e/ou instituições é que é um valor que acho que não tem que obedecer a hieraquias nem a interesses particulares e/ou políticos.

    I rest my case.

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  5. Meu caro T-Rex (desculpe este tratamento mas é a sua identificação), o que eu acho é que o culpado desta situação, na minha opinião, foi o Conselho de Disciplina, que propositadamente ignorou a verdadeira questão e aplicou um penalização ridicula. Eu dirigente benevolo que muito tenho dado ao futebol fui castigado pelo mesmo Conselho em 500 euros e um mês, por num colóquio sobre futebol, lá longe, na Ilha do Pico defendia a dignidade do meu clube perante um Presidente da Cãmara (Madalena)cujo ignorância era latente. E só lhe digo que não houve palavrões nem ofensas verbais.Por isso aplicar um mês e 1000 euros ao comportamento de um homem que devia ser um exemplo é de rir. Um merecido castigo teria evitado alguma perda de tempo e facilitaria a missão da Direcção da Federação.
    Quanto ao Toni creio que já reflectiu,são opiniões feitas a quente e exploradas por vezes de forma violenta por quem quer arranjar sangue.
    Um abraço

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