quinta-feira, junho 23, 2011

Em económica

O Primeiro-Ministro trocou o seu bilhete de executiva por um de económica na viagem para Bruxelas dando início, aparentemente, a uma nova forma de encarar este tipo de questões e veremos se terá continuidade noutras áreas. Claro que muitos dirão que é oportunismo, populismo ou outros ismos. Pode ser isso tudo, mas é uma novidade. Ontem mesmo desloquei-me ao Porto com o Seleccionador Nacional, Paulo Bento, viajando naturalmente em económica, mas quando entrámos no avião a executiva estava completa com tripulantes da TAP que seguiam provavelmente para outros vôos. Privilégios de empresa (quase falida) pública. No regresso, de novo em económica, duas filas à nossa frente, viajava Belmiro de Azevedo, um dos homens mais ricos do país. Pode ser populismo e demagogia de Passos Coelho, até pode. Não é fundamental, não é. Não vai resolver nenhum problema do país, não vai,  mas funciona como um sinal para a sociedade e talvez aqueles tripulantes da TAP se sintam ligeiramente embaraçados.  Ah! Para que conste, não votei em nenhum dos partidos da coligação nem acredito nas ideologias das forças suas componentes.

6 comentários:

  1. Só lhe posso dizer, que se os lugares estavam ocupados por tripulantes era porque não havia, passageiros pagantes para esse voo, porque se assim fosse os tripulantes não estariam lá.

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  2. Vamos A ver se isto não é só fogo de vista...

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  3. Afinal houve um anónimo que se antecipou e disse primeiro aquilo que eu queria dizer. Fico surpreendido que o autor do BLOG desconhecesse esse facto. Duvido.
    Fiquei também surpreendido, apesar do autor do BLOG o aceitar como normal "naturalmente" que os treinadores nacionais viagem em executiva. Surpresa ainda maior..

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  4. Caro anónimo
    Já fizemos voos charters em que fomos obrigados, repito obrigados, a ceder parte da executiva à tripulação. O ano passado gerou-se uma tremenda confusão num voo para a África do Sul dado que dois lugares pagos por dois directores da FPF, um deles, por razões médicas, sem condições para viajar em económica, foram ocupados por um elemento de uma tripulação e outro por um bilhete grátis familiar desse tripulante. Foi precisa a intervenção do Presidente da companhia para resolver esse "problema". Se em determinados voos aceito que os pilotos tenham esse privilégio, por razões de conforto e posterior segurança, já não acho o mesmo com outros tripulantes e bilhetes grátis.

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  5. Caro senhor, urge elucidar porque escrever sem se ter conhecimento induz erros. É mais do que evidente que os bilhetes de familiares, e ao contrário do que afirma são de custo reduzido e não à borla, nunca ocupam lugares de passageiros pagantes. Na situação que refere do voo para a África do Sul, o lugar ocupado pelo familiar seria de um dos pilotos em reforço que provavelmente optou por ficar no Cockpit. Os lugares de reforço dos pilotos são em executiva sempre que nesse avião não exista lugar de tomada de refeição quando em offduty. Acontece por vezes que os serviços de operações de voo não bloqueiam esses lugares atempadamente e são indevidamente vendidos. Sendo adepto da privatização da empresa por diversas razões, uma delas é exactamente pelo uso e abuso indiscriminado de se viajar sem se pagar, sejam eles funcionários do Estado, membros dos PALOPs ou até mesmo jornalistas, isto tudo desde que o bilhete seja requisitado pelo Governo. É que sabe também pago impostos! Alguém fez desta companhia sua, sem esse direito, tudo a coberto das amplas conquistas de Abril. Espero que a direita ponha de vez cobro ao fartar vilanagem que tem sido este Estado e o seu funcionalismo público que vota à esquerda para manter o emprego e benesses que outros trabalhando mais, nunca tiveram. Todos estamos fartos de sermos escravos de um regime de incompetentes, ou vexa. não está?

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  6. Como tripulante de cabine da companhia mencionada, gostaria só de acrescentar que, em 23 anos de serviço, nunca presenciei a retirada de um passageiro pagante para dar lugar a um acompanhante de algum tripulante ( o qual também paga para viajar - menos, é verdade, mas sem reserva). Acima já foi bem explicada a razão de haver tripulantes sentados na classe executiva, não será necessário repetir. Compreendo que se sinta desagradado quando, em representação de um empregador como a FPF - a qual recebe chorudos subsídios do Estado, além de gerar receitas altíssimas na sua actividade - seja 'remetido' para a classe turística, porque o seu patrão não quis pagar um bilhete de executiva. Critérios, enfim, de uma instituição com muito dinheiro, mas falida de alguns valores.
    Queria só dizer-lhe que compreendo e respeito a sua observação, assim como a forma polida como a expõe - ultimamente, a minha classe tem sido enxovalhada e vítima de afirmações injustas e caluniosas, porque desconhecedoras da sua realidade, assim como das regras por que se rege. Como foi o seu caso. Mas somos e continuaremos a ser dignos de quem nos paga, que é o passageiro. Em executiva ou em turística, lá estaremos para bem o receber. Melhores cumprimentos.

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