Vítor Vasques faleceu, com 73 anos de idade, depois de doença prolongada. Antigo Presidente da FPF, entre 19.2.93 e 2.3.96, exerceu o cargo antes de Gilberto Madaíl e foi no seu mandato que se produziram algumas modificações estruturais importantes na FPF e particularmente no Departamento de Futebol. A sua entrada na Federação não foi pacífica para a estrutura então existente liderada na altura por Carlos Queiroz e por mim próprio, tendo-se vivido alguns momentos bem complicados. Foi aliás durante esse período, após o jogo com a Itália que Carlos Queiroz proferiu a célebre, e infeliz, frase "É preciso varrer a porcaria da FPF" que foi resultado, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, de tensões existentes entre o Departamento de Futebol e algumas pessoas que a nível intermédio exerciam poderes contrários à necessidade de mudança. Publicamente, esse período, a frase, e as tensões vividas, nunca foram explicados, mas um dia, quando o tempo se afastar mais um pouco, fá-lo-ei com toda a certeza. Após a saída de Carlos Queiroz e com a pacificação interna, Vítor Vasques e a sua Direcção, possibilitaram algumas mudanças que vínhamos exigindo e que se concretizaram em simultâneo com a entrada do novo seleccionador nacional e que no fundo foram o suporte para as conquistas que se seguiram neste período de ouro das selecções nacionais que decorreu a partir de 1994 até hoje, num conjunto extraordinário de resultados e participações internacionais de grande valia. Relembre-se a título de exemplo que nos últimos meses do seu mandato, Portugal qualificou-se para o Euro 96, Jogos Olímpicos de Atlanta onde veio a alcançar o 4º lugar, e os apuramentos para os euros de sub/16, que viemos a vencer, e de sub/18. Após esse período e da sua passagem pela FPF, fiquei amigo de Vítor Vasques. Após deixar de ser Presidente, sempre que podia, aparecia nos hotéis ou nos treinos e jogos, em Portugal e no estrangeiro, para saudar a selecção nacional e rever amigos, e era nesses momentos que nos lembrávamos de tudo o que se tinha passado. O tempo apagava e diluía os problemas do passado. Que repouse em Paz.
Numa tarde de Maio de 1991, 18 jovens, cada um com uma placa na mão, com uma letra impressa, apresentaram-se no relvado do Estádio Nacional, no intervalo da Final da Taça de Portugal. Juntas as 18 letras, formou-se esta frase. Luís Figo, Rui Costa, João V.Pinto, Jorge Costa, Rui Bento, Brassard, Peixe, entre outros, eram os jogadores que formavam esse grupo. Semanas depois, em Lisboa, mas no Estádio da Luz, perante 127.000 espectadores, tornaram-se Campeões do Mundo Sub/20.
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