Não é fácil retomar os trabalhos quando acontecem desilusões iguais às de ontem. É um processo moroso, quase de readaptação, perante o vento gelado que penetra as nossas ambições como se de uma faca afiada se tratasse. Acontece, mas custa, principalmente quando estivemos habituados anos a fio a conseguirmos alcançar os nossos objectivos sem recurso a grandes cálculos. O sinal veio já da última qualificação, tirada a ferros com dificuldades acrescidas e inesperadas. Não podemos culpar este ou aquele por este ou outro desaire. O processo é colectivo e retrata a realidade do nosso futebol. Quantos pontas-de-lança existem como titulares das nossas equipas? Como está essa situação a nível dos nossos escalões de formação? Quantos estrangeiros, xenofobia à parte, jogam nos nossos campeonatos? Será que existe alguma tentativa para aumentar o número de praticantes nacionais ao nível das ligas profissionais? Ou tudo isto não passa de um salve-se quem puder, do qual, em última análise, as selecções nacionais, acabam por ser os principais prejudicados? Basta ler as páginas dos jornais desportivos de hoje para verificar que os principais clubes continuam a procurar no estrangeiro aquilo que deveriam fazer internamente, ou seja, formação a sério. Sem isso, mais tarde ou mais cedo, afogar-se-ão no pântano de resultados financeiros desastrosos, sem as consequentes mais-valias a nível desportivo. E as selecções nacionais, com muito, pouco, bom ou mau trabalho, não terão qualquer hipótese de êxito futuro.
Quanto ao jogo o habitual aconteceu, muito bom trabalho em dois terços do campo, péssima capacidade de concretização. E também do habitual "azar" que em minha opinião aconteceu na lesão de Bosingwa, o facto determinante do jogo. De três excelentes e experientes laterais direitos ficámos de uma assentada sem nenhum.
Temos de continuar a acreditar que é possível chegar à fase final do mundial mas para isso teremos de ganhar já em Junho na Albânia. Esse sim o primeiro dos jogos decisivos.
Imagino como é difícil escrever em determinadas alturas.
ResponderEliminarMas como a apreciação que faz e sobretudo as falhas estruturais que aponta estão certas a escrita acaba sempre por surgir.
E bem desenferrujada.
Abraço